domingo, 12 de julho de 2009

Como tomar decisões da maneira que Deus aprova?


Como tomar decisões da maneira que Deus aprova?

UM HOMEM nos Estados Unidos levou ao banco um cheque de 25 mil dólares, com a intenção de investi-lo num certificado de depósito bancário. No entanto, o funcionário do banco sugeriu que ele investisse o dinheiro no mercado de ações, afirmando que, a longo prazo, esse tipo de investimento nunca perde o valor. O homem decidiu seguir o conselho. Pouco tempo depois, o investimento sofreu uma grande desvalorização.

Esse episódio ilustra que tomar boas decisões é um desafio. O que dizer das várias decisões que enfrentamos na vida? Muitas delas podem fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso e, um dia, entre a vida e a morte. Como, então, podemos ter certeza de que estamos tomando boas decisões?

“Este é o caminho”

Todos os dias tomamos decisões sobre o que comer, o que vestir, para onde ir e assim por diante. Algumas decisões talvez pareçam triviais, mas podem ter graves conseqüências. Por exemplo, a decisão de acender um cigarro pela primeira vez pode resultar no hábito de fumar durante o resto da vida. Nunca devemos subestimar a importância das decisões aparentemente insignificantes.

Ao tomarmos decisões, mesmo as que parecem triviais, onde podemos procurar orientação? Como seria bom termos um conselheiro confiável na hora de tomar decisões difíceis! Você pode ter tal conselheiro. Um livro antigo com uma mensagem para os nossos dias nos diz o seguinte: “Teus próprios ouvidos ouvirão atrás de ti uma palavra, dizendo: ‘Este é o caminho. Andai nele’, caso vades para a direita ou caso vades para a esquerda.” (Isaías 30:21) Quem falou isso e como pode ter certeza de que sua orientação é confiável?

Essa afirmação se encontra na Bíblia, um livro que milhões de pessoas estudaram e passaram a acreditar que é inspirado por Jeová Deus, o Criador. (2 Timóteo 3:16, 17) Visto que Jeová sabe como somos feitos, ele é a melhor fonte de orientação. Ele também pode prever o futuro, sendo “aquele que desde o princípio conta o final e desde outrora as coisas que não se fizeram; Aquele que diz: ‘Meu próprio conselho ficará de pé’”. (Isaías 46:10) Um salmista expressou sua confiança em Jeová deste modo: “Lâmpada para o meu pé é a tua palavra e luz para a minha senda.” (Salmo 119:105) No entanto, como é que Jeová nos ajuda a navegar pelas águas turbulentas deste mundo para um lugar seguro? Como tomar decisões da maneira que Deus aprova?

Aplique os princípios bíblicos

Jeová Deus forneceu aos cristãos princípios divinos para ajudá-los a tomar decisões sensatas. Aprender e aplicar esses princípios pode ser comparado a aprender e usar um idioma. Depois de dominar o idioma, você muitas vezes percebe quando alguém comete erros gramaticais, visto que aquilo que ele fala não soa bem. Talvez não consiga explicar, em termos gramaticais específicos, exatamente o que está errado, mas você sabe que algo não está certo. Quando aprende princípios bíblicos a ponto de eles se tornarem parte de você, geralmente consegue notar quando certa decisão não é apropriada por não estar em harmonia com os princípios divinos.

Veja, por exemplo, a decisão que um jovem talvez tenha de tomar ao escolher um estilo de cabelo. Nenhuma ordem bíblica condena especificamente um determinado penteado. No entanto, considere um princípio bíblico. O apóstolo Paulo escreveu: “Desejo que as mulheres se adornem em vestido bem arrumado, com modéstia e bom juízo, não com estilos de trançados dos cabelos, e com ouro, ou pérolas, ou vestimenta muito cara, mas dum modo próprio das mulheres que professam reverenciar a Deus, a saber, por intermédio de boas obras.” (1 Timóteo 2:9, 10) Paulo escreve aqui sobre as mulheres, mas o princípio se aplica também aos homens. Qual é o princípio? Nossa aparência deve refletir modéstia e bom juízo. Assim, o jovem pode se perguntar: “Será que meu estilo de cabelo irá refletir a modéstia própria para um cristão?”

E que princípio orientador um jovem pode extrair das seguintes palavras do discípulo Tiago? “Adúlteras, não sabeis que a amizade com o mundo é inimizade com Deus? Portanto, todo aquele que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” (Tiago 4:4) Os cristãos sentem aversão à idéia de ter amizade com o mundo, que é inimigo de Deus. Usar o estilo de cabelo preferido dos colegas faria com que o jovem parecesse amigo de Deus ou do mundo? Ao decidir como usar o cabelo, ele pode considerar tais princípios bíblicos que o ajudarão a tomar uma decisão correta. De fato, os princípios divinos podem nos ajudar a tomar decisões e, quando adotamos o hábito de basear nossas escolhas em princípios bíblicos, torna-se mais fácil tomar decisões sensatas que não trazem conseqüências negativas.

Há muitos princípios na Palavra de Deus. É claro que nem sempre vamos encontrar um texto que se aplique especificamente à nossa situação. Mesmo assim, podemos ler sobre como algumas pessoas obedeceram a orientação divina e como outras ignoraram os avisos divinos. (Gênesis 4:6, 7, 13-16; Deuteronômio 30:15-20; 1 Coríntios 10:11) Ao ler tais relatos e analisar os resultados, vamos encontrar princípios divinos que poderão nos ajudar a tomar decisões que agradam a Deus.

Considere como exemplo uma breve conversa de Jesus Cristo com o apóstolo Pedro. Os homens que estavam cobrando o imposto de duas dracmas haviam perguntado a Pedro: “Não paga o vosso instrutor as duas dracmas de imposto?” Pedro respondeu: “Sim.” Pouco depois, Jesus perguntou a Pedro: “De quem recebem os reis da terra os direitos ou o imposto por cabeça? Dos seus filhos ou dos estranhos?” Quando Pedro disse: “Dos estranhos”, Jesus disse-lhe: “Realmente, então, os filhos estão isentos de impostos. Mas, para que não os façamos tropeçar, vai ao mar, lança o anzol e toma o primeiro peixe apanhado, e, quando lhe abrires a boca, acharás uma moeda de estáter. Leva-a e dá-lha por mim e por ti.” (Mateus 17:24-27) Que princípios divinos podemos encontrar nesse relato?

Por meio de uma série de perguntas, Jesus orientou o raciocínio de Pedro: Sendo o Filho de Deus, Jesus era isento de pagar impostos. Embora Pedro, a princípio, não tivesse entendido isso, Jesus bondosamente o ajudou a captar o ponto. Ao ter de lidar com alguém que cometeu um erro, podemos tomar a decisão de tratá-lo com compaixão, imitando a Jesus, em vez de rudemente apontar o erro ou condenar a pessoa.

Por ser tratado dessa forma, Pedro pôde ver o motivo de pagar o imposto por cabeça: para não fazer os outros tropeçar. Esse é outro princípio que podemos aprender desse relato. Levar em consideração a consciência dos outros é mais importante do que insistir nos nossos direitos.

O que nos motiva a tomar decisões que mostram respeito pela consciência de outros? O amor ao próximo. Jesus Cristo ensinou que amar o próximo como a nós mesmos é o segundo maior mandamento, sendo que o primeiro é amar a Deus de toda nossa alma. (Mateus 22:39) No entanto, vivemos num mundo egocêntrico, e nossa pecaminosidade faz com que tenhamos tendências egoístas. Assim, para que uma pessoa ame seu próximo como a si mesma, ela tem de reformar a mente. — Romanos 12:2.

Muitos já fizeram isso, o que os motiva a levar em consideração a consciência dos outros ao tomar decisões, quer grandes, quer pequenas. Paulo escreveu: “Fostes, naturalmente, chamados à liberdade, irmãos; apenas não useis esta liberdade como induzimento para a carne, mas, por intermédio do amor, trabalhai como escravos uns para os outros.” (Gálatas 5:13) Como podemos fazer isso? Considere o exemplo de uma jovem que se mudou para uma cidadezinha do interior a fim de ajudar as pessoas a aprender sobre a Palavra de Deus. Ao passo que falava com as pessoas, ela percebeu que suas roupas, embora modestas de acordo com os padrões da moda de uma cidade grande, estavam se tornando o assunto de conversa da cidade. Suas roupas e maneira de se arrumar eram modestas, mas, mesmo assim, ela decidiu usar roupas ainda mais discretas, ‘para que não se falasse da palavra de Deus de modo ultrajante’. — Tito 2:5.

Como você reagiria se tivesse de tomar uma decisão sobre a maneira de se arrumar ou sobre outro assunto de gosto pessoal? Você pode ter certeza de que Jeová ficará feliz se suas decisões refletirem preocupação com a consciência dos outros.

Considere os efeitos a longo prazo

Além dos princípios bíblicos e da consciência dos outros, o que mais podemos levar em conta ao tomarmos decisões? Embora a vereda dos cristãos seja acidentada e estreita, Deus lhes dá uma ampla margem de liberdade dentro dos limites que ele estabelece. (Mateus 7:13, 14) Precisamos considerar como nossas decisões afetarão nosso bem-estar futuro em sentido espiritual, mental, emocional e físico.

Suponhamos que esteja pensando em aceitar um emprego. Talvez não haja nada de imoral ou impróprio na natureza do trabalho. Você poderá assistir às reuniões cristãs e aos congressos. O salário será maior do que jamais esperava. O empregador mostra que valoriza suas habilidades e que irá usar plenamente seu potencial. Além disso, você gosta do tipo de trabalho envolvido. Será que existe algo que deve impedi-lo de aceitar a oferta? Bem, digamos que você veja a possibilidade de se “apaixonar” pelo trabalho. Informaram-lhe que não precisará fazer horas extras. Mas será que você não se sentirá tentado a se esforçar mais do que deveria para terminar determinado projeto? Será que fazer horas extras não acabaria se tornando algo comum? Poderia isso roubar tempo que deveria gastar com a família e, mais tarde, de atividades espirituais que você definitivamente não deve negligenciar?

Considere como Jim tomou uma decisão importante sobre seu emprego. Ele trabalhou incansavelmente e progrediu dentro de uma empresa. Com o tempo, ele se tornou diretor-administrativo da empresa no Oriente, administrador-executivo de uma afiliada nos Estados Unidos e membro da diretoria das operações na Europa. Uma crise econômica no Japão, porém, o ajudou a dar-se conta da futilidade da busca de dinheiro e poder. O dinheiro que havia ganhado com tanto sacrifício desapareceu rapidamente. Ele perdeu o objetivo da vida. Perguntou-se: “O que estarei fazendo daqui a dez anos?” Daí ele reconheceu que sua esposa e seus filhos levavam uma vida muito mais significativa do que ele. Isso porque, já por muitos anos, eles se associavam com as Testemunhas de Jeová. Visto que Jim queria sentir a mesma felicidade e o mesmo contentamento que sua família sentia, ele começou a estudar a Bíblia.

Jim percebeu logo que seu estilo de vida o impedia de ter uma vida significativa como cristão. Viajando constantemente entre a Ásia, os Estados Unidos e a Europa, não lhe sobrava tempo para estudar a Bíblia e estar com os companheiros cristãos. Ele precisava tomar uma decisão: ‘Será que vou continuar a levar a mesma vida que levei nos últimos 50 anos, ou vou mudar meu modo de vida?’ Ele considerou com oração os efeitos a longo prazo de sua decisão e resolveu ficar com apenas um de seus cargos, a fim de ter tempo para empenhos espirituais. (1 Timóteo 6:6-8) Sua decisão o deixou mais feliz, dando-lhe a oportunidade de se ocupar com atividades cristãs.

Quer sejam pequenas, quer grandes, suas decisões são importantes. A decisão que você toma hoje pode significar a diferença entre o sucesso e o fracasso, e no futuro, até mesmo entre a vida e a morte. Você poderá tomar decisões sensatas se levar em conta os princípios bíblicos, a consciência dos outros e os efeitos a longo prazo da ação tomada. Tome decisões da maneira que Deus aprova.



Revista A Sentinela de 15 de abril 2006 pp. 13-16,publicada pela Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e tratados.

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