terça-feira, 28 de setembro de 2010

Transfusão sangüínea no intra-operatório, complicações e prognóstico


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Descripción: JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Transfusões sangüíneas no intra-operatório estão associadas a aumento de complicações no pós-operatório e custos hospitalares. Portanto, este estudo avaliou as características, complicações e possíveis fatores de riscos para morte em pacientes cirúrgicos que necessitaram de transfusões sangüíneas no intra-operatório. MÉTODO: Coorte prospectiva, durante período de um ano, no centro cirúrgico de hospital terciário. Incluíram-se pacientes com idade acima de 18 anos que necessitaram de transfusões sangüíneas no intra-operatório. Testemunhas de Jeová, pacientes que receberam transfusões prévias, falência coronariana e lesão encefálica aguda foram excluídos. RESULTADOS: O estudo envolveu 80 pacientes, com idade média de 68,4 ± 14,1 anos. Os pacientes ASA II foram prevalentes com 69,6% dos casos, os escores APACHE II e POSSUM foram em média, respectivamente, 13,6 ± 4,4 e 37,5 ± 11,4. A hemoglobina média no momento da transfusão era 8,2 ± 1,8 g.dL-1 e 19% dos pacientes apresentavam hemoglobina maior que 10 g.dL-1. Os pacientes receberam em média 2,2 ± 0,9 UI de concentrados de hemácias. A mortalidade hospitalar foi 26,3%. As complicações pós-transfusões totalizaram 57,5% dos casos no pós-operatório e a mais freqüente foi infecção. Foram fatores independentes de morte na regressão logística os escores APACHE II (OR = 1,34; IC 95% 1,102 - 1,622), POSSUM (OR = 1,08; IC 95% 1,008 - 1,150) e número de unidades de concentrados de hemácias recebidas (OR = 2,22; IC 95% 1,100 - 4,463). Quanto maior o número de transfusões sangüíneas, maiores as incidências de complicações e mortalidade. CONCLUSÕES: O valor de hemoglobina e o número de unidades de concentrados de hemácias utilizados foram elevados comparados com os estudos que preconizam estratégias restritivas. Foi encontrada nesta amostra alta incidência de complicações, principalmente infecções, e elevada mortalidade. Os escores APACHE II, POSSUM e maior número de transfusões foram fatores de riscos independentes de pior prognóstico no pós-operatório.

Autor(es): Silva Junior,João Manoel - Cezario,Thiago Abreu - Toledo,Diogo O. - Magalhães,Danielle Dourado - Pinto,Marco Aurélio Cícero - Victoria,Luiz Gustavo F. -

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