sábado, 17 de dezembro de 2011

Tomografia por impedância elétrica.

Tomografia por impedância elétrica.

Uma empresa brasileira de bioengenharia desenvolveu um modelo de tomógrafo que usa pulsos elétricos – ao invés de raio X – para gerar imagens de órgãos internos humanos.

O equipamento foi desenvolvido por pesquisadores da USP e pela Timpel, empresa privada que conduziu o projeto. De acordo com o fabricante, a principal inovação do produto é a substituição do método clássico de tomografia por raio X (que gera imagens estáticas em única dimensão) por uma forma baseada em pulsos elétricos que, segundo o fabricante, permite visualizar imagens dos órgãos internos geradas em tempo real. Já no novo método, chamado de impedância elétrica, vários sensores são colocados no peito do paciente e emitem pequenas correntes elétricas.

Ao analisar a maior ou menor dificuldade da corrente atravessar o corpo, o tomógrafo gera uma imagem digital. A principal vantagem deste método é que a fotografia é gerada em tempo real e dá um subsídio mais preciso à equipe médica.

O método permite, por exemplo, ver com precisão se há acúmulo de ar na pleura em diferentes momentos da respiração, algo mais difícil de perceber com o tomógrafo convencional.

Dois equipamentos que usam a impedância elétrica estão sendo usado no Hospital das Clínicas, em São Paulo, e um terceiro é usado no InCor, também em São Paulo.

Nos próximos dois anos, a USP vai avaliar os resultados de mortalidade dos pacientes que usam o tomógrafo por impedância elétrica e os que usam o mecanismo convencional. A expectativa dos fabricantes é que o estudo comprove a maior eficácia do novo tomógrafo em salvar vidas nas UTIs.

JALECO DO TERROR

A moda do Jaleco



Eles são alvos, cândidos e símbolo de status. Diversos profissionais da saúde desfilam a indumentária pelos arredores de suas instituições, e estudantes da área da saúde caminham para a mesma prática. Profissionais e estudantes são alheios ao fato de que o jaleco é na verdade tão somente um EPI (equipamento de proteção individual), frequentando restaurantes, praças de alimentação e diversos outros locais fora do ambiente de trabalho. Esta prática é comparável a um engenheiro transitar portando seu capacete amarelo de segurança.

No entanto, o que o branco dos jalecos não consegue mostrar são as bactérias e vírus transmissores de doenças e, principalmente, de infecções hospitalares que se alojam no tecido da vestimenta.

Pesquisa recente da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) revela que alguns tipos de bactérias conservam-se por dias e até dois meses na peça e que pelo menos 90% delas resistem no tecido durante 12 horas. O risco é que o avental possa ser usado como “meio de transporte” pelas bactérias. As regiões com maior perigo de contaminação são os bolsos e as mangas, o risco pode ser pequeno, mas possível. Tanto para pacientes quanto para pessoas que estão fora do hospital e entram em contato com o jaleco.
SUPERINTERESSANTE do mês de Abril/09.

SUPERINTERESSANTE do mês de Abril/09.

Segundo Marco Antônio Lemos Miguel, professor do Instituto de Microbiologia da UFRJ, o jaleco não é uma vestimenta e, sim, um equipamento de proteção individual (EPI). A pesquisa mostra que o avental pode conduzir, inclusive, a Acinetobacter, bactéria que há dois meses foi alvo de investigação no CHM (Centro Hospitalar Municipal) de Santo André, por ter aparecido nos exames de sete crianças. O microorganismo pode levar à infecção generalizada.

Para o médico sanitarista e coordenador do Núcleo de Epidemiologia Infecção Hospitalar de Santo André, Fernando Galvanese, a polêmica sobre os jalecos está envolvida em preconceito e desconhecimento sobre o real perigo das bactérias. Ele afirma não haver danos à saúde reconhecidamente causados pelo trânsito dos jalecos de dentro para fora das unidades de saúde.

De acordo com ele, a finalidade do aparato branco é impedir a entrada de bactérias de fora para dentro do hospital. “A roupa serve para proteger o paciente”, diz Galvanese, ao contrário do que sugere o estudo do professor da UFRJ Marco Antônio Leme Miguel.

A palavra chave é “consciência”, ou será que é bom senso?

Dica para lavar o jaleco:

Misturar um litro de água com 60 mililitros de formol (formaldeido). Cinco minutos nessa solução e todas as bactérias estão mortas. O procedimento pode ser feito para prevenir que demais roupas sejam “contaminadas” pelo jaleco.

NOVAS TECNOLOGIAS INCERIDAS NO CONTEXTO DO TÉCNICO EM RADIOLOGIA

Todos temos consciência de que vivemos na era da informação, do conhecimento e da globalização. Uma economia cada vez mais global implica maiores desafios e exigências para as organizações, assim como constantes mudanças, que ocorrem de forma mais rápida. As organizações precisam ajustar-se a esta nova realidade, por forma a manterem a sua competitividade e prestarem serviços de qualidade.

Um dos principais desafios da modernização do sistema de saúde passa pela aposta intensiva nas tecnologias de informação, enquanto investimento estratégico, capaz de racionalizar a utilização dos recursos disponíveis e de incrementar a eficiência e a qualidade. No atual contexto, de profunda transformação, um dos fatores decisivos passa pela capacidade de organizar os múltiplos dados dispersos num conjunto útil de indicadores que permita gerir, com rigor, a globalidade do sistema de saúde num quadro de eficiência dos processos e de qualidade da informação.

Os sistemas de informação para a gestão de imagens e informações clínicas surgiram no final da década de 80, quando os sistemas de aquisição digital começaram a ser utilizados em larga escala nos hospitais. Naquela época, cada equipamento era considerado um sistema isolado, estando apenas conectado à sua estação de trabalho e a uma determinada impressora.

O filme radiológico veio servir à radiologia, diríamos com excelentes resultados, desde há mais de 100 anos, na detecção e na visualização e armazenamento das imagens. A evolução da radiologia convencional levou ao sistema filme + ecrã intensificador, que, associada, deu origem à detecção, à visualização e ainda ao armazenamento da informação.

A introdução de dispositivos que permitem a aquisição de imagens radiológicas digitais, sem a utilização de filme radiológico, associada às capacidades dos atuais computadores e a outros meios, deram origem à radiologia digital.

Foi já no final do último século, nomeadamente na última década, que, devido à evolução nas tecnologias de informação, começou-se a equacionar soluções alternativas à película. O picture archiving and communication system (PACS), ou seja, sistema de arquivo e comunicação de imagem médica digital, aparece como a alternativa para quebrar toda a estrutura da película radiológica, quer ao nível de funcionalidade quer na sua utilidade, dando origem ao conceito de radiologia digital, com a ideia principal e subjacente de não haver neste contexto produção da mesma.

As técnicas digitais em radiologia estão, em parte, ainda na fase de works in progress. Digitalizar consiste em transformar os dados analógicos em informação numérica. Na radiologia digital os componentes de detecção, visualização e armazenamento da informação são independentes. Assim, o detector executa a detecção, envia os dados para o computador, que, após o seu processamento, encaminha para um monitor de visualização apropriado ou, então, para um dos sistemas de armazenamento disponíveis. A vantagem mais imediata deste processo é a capacidade de os sistemas digitais permitirem a manipulação prévia dos dados, de forma a otimizar a visualização da imagem e o seu armazenamento.

A telerradiologia é claramente a área da telemedicina com mais significado em Portugal e em nível mundial. A telerradiologia consiste na transmissão eletrônica de imagens radiográficas e textos de consulta de um local para outro, para posterior interpretação e consulta.

Este tipo de tecnologia permite aos usuários uma maior acessibilidade a cuidados médicos diferenciados, uma maior qualidade de diagnóstico, a informação mais rápida sobre o estado de saúde do usuário e redução de custos. Para as instituições e profissionais de saúde, as vantagens da implementação desta tecnologia são a centralização e otimização de atividades complexas, a diminuição do isolamento geográfico, a rapidez no diagnóstico, a descentralização dos cuidados de saúde, a melhoria da qualidade do diagnóstico, pela troca de experiências, e a possibilidade de ensino médico a distância.

Sendo assim e porque a introdução de novas tecnologias de informação no campo da imaginologia determina uma profunda redefinição da atividade radiológica, ao nível da arquitetura e da distribuição do trabalho, desenvolvemos este estudo com o objetivo de avaliar a adaptabilidade dos técnicos de radiologia às novas tecnologias, avaliar os fatores que possam estar relacionados com o processo de implementação das mesmas, e conhecer algumas vantagens/desvantagens identificadas pelos técnicos de radiologia.


Fonte:http://www.rb.org.br/detalhe_artigo.asp?id=924
RADIOLOGIA DIGITAL
Desde a descoberta dos raios X por Wilhelm Konrad Roentgen em 1895, a Radiologia manteve-se inalterada na sua essência até meados dos anos 60, sendo uma energia modulada que ao atravessar o corpo é registada num receptor, o filme radiográfico ou o ecrã radioscópico, como uma representação analógica. O extraordinário desenvolvimento dos computadores, quanto à sua capacidade e miniaturização, permitiu revolucionar o conceito de Radiologia, tornando possível o advento da tomografia computorizada (TC), e abrir toda uma gama de novas possibilidades, com especial ênfase para o uso de energias não ionizantes.

O Radiologista passou a conviver com um novo conceito de representação do objecto radiológico - a representação digital. Enquanto a uma representação analógica subjaz uma possibilidade infinita de valores diferentes distribuídos no espaço, uma representação digital é discreta, com mudanças bruscas entre valores que são invariáveis dentro de certos limites, cuja dimensão define a unidade elementar da imagem, designada por pixel (picture x element). No equipamento tradicional o estudo é obtido da sensibilização de um filme comum por meio de raios-X.
Na radiologia digital, o filme convencional é substituído por uma película especial, sensível aos raios-X, que é lida por equipamento moderno de computação, o que proporciona uma imagem de alta resolução.

Esta representação digital leva a uma resolução espacial pior que a da imagem analógica. Realmente uma radiografia simples, que é uma imagem analógica, tem como limite da resolução espacial o tamanho do grão fotográfico, muito mais pequeno que o tamanho do pixel.

Onde residem então as vantagens da imagem digital?

Em primeiro lugar na resolução de contraste que advém da incomensuravelmente maior discriminação dos novos receptores e da diminuição do ruído que é cerca de 1/10 do da radiografia. Só este factor tem um peso muito significativo no índice sinal/ruído, tornando a imagem muito mais diagnóstica.

Mas além disso, a radiografia convencional, ao mesmo tempo que é um detector pouco discriminativo, de valores fixos, e documento único, sobre o qual se faz a leitura, ainda tem de ser transportada até todos os potenciais utilizadores, e finalmente tem de ser arquivada. Ao contrário, a imagem digital contempla a possibilidade de ser representada de múltiplas maneiras, utilizando a restrita gama de cerca de 30 cinzentos que os nossos olhos são capazes de discriminar, entre as milhares que o processo disponibiliza, centrados em estruturas diferentes e com representações diferentes.

Num tórax, por exemplo, pode-se centrar a imagem nas altas atenuações e assim estudar o medias tino e a coluna, ou pode-se centrar a imagem nas baixas atenuações e estudar o parênquima pulmonar. Com o uso criterioso deste sistema de janelas, as subtis diferenças de contraste podem ser postas em evidência.


O PROGRESSO DA RADIOLOGIA
O desenvolvimento de novos equipamentos veio a permitir exposições cada vez mais curtas, tanto através da melhoria dos aparelhos de Raios X, como pela evolução do registo radiográfico. O progresso das emulsões das películas e a utilização de ecrãs de reforço culminaram, quase um século depois, com o aparecimento da Laser e da Digitalização da Imagem.
O progresso dos contrastes foi determinante para a individualização das estruturas anatómicas e para a criação de uma semiologia radiológica. Primeiro, aconteceu a introdução directa numa estrutura oca. Depois, alcançou-se a utilização de um ciclo fisiológico. Assim se visualizaram estruturas mais inacessíveis, como as vias biliares e as vias urinárias.
A individualização de estruturas pelos contrastes não contornou, porém, o problema das sobreposições anatómicas na projecção radiográfica. Por isso, pensou-se longamente como se havia de "cortar" um corpo, apagando o que estava à frente e atrás da estrutura que se queria estudar. Deste modo, nasceu a Tomografia Linear. Depois, veio a Tomografia de Movimentos Complexos tentando-se a individualização máxima das pequenas estruturas.A análise das estruturas anatómicas veio a socorrer-se, mais tarde, de outros tipos de radiação. O emprego dos ultrasons teve, porém, um período de gestação bem mais longo do que os Raios X. Hoje, também, a Ecografia, como a Ressonância Magnética não podem ser dissociadas na bateria de meios de diagnóstico pela imagem.
O pormenor dos fenómenos fisiológicos e fisiopatológicos só alcançou concretização, em muitos casos, com o contributo do Radiocinema e da Cineanálise. Um emprego clínico alcançado quase meio século depois das demonstrações simultâneas dos raios X e do Cinema. A colheita da Imagem Radiológica tem preceitos rigorosos, dela dependendo o êxito do exame. Para cada estrutura há um conjunto de incidências estabelecidas. Em muitos órgãos o posicionamento do doente deverá ser conduzido através do controlo de Intensificador de Imagem.


O caminho para individualização das estruturas, e das suas alterações, veio conhecer sucessivas possibilidades com a Ecografia, a Tomografia Computorizada e a Ressonância Magnética.
Voltando mais atrás no tempo, recorde-se que, logo que os equipamentos permitiram o registo útil de uma patologia, verificou-se haver discrepância entre os sinais clínicos e a imagem dada pela radiografia. A explicação foi encontrada no princípio físico e químico das modificações de uma estrutura anatómica em relação à afecção que a atinge. Este facto levou ao desenvolvimento de uma estreita, e imprescindível, relação entre a Anatomia Patológica e a Radiologia. A semiologia radiológica veio a criar, não só parâmetros de alterações das estruturas anatómicas, como o timing correspondente às modificações físico-químicas condicionantes dos coeficientes de absorção.

A Radiologia foi, durante largo espaço do seu percurso, uma especialidade dirigida para o diagnóstico pela imagem. O sector terapêutico quase se limitava à aplicação das radiações em algumas afecções, nomeadamente malignas. O melhoramento da imagem e dos equipamentos, permitiram conduzir prácticas terapêuticas conjugadas com técnicas inicialmente apenas de diagnóstico, como foi o caso da Angiografia. Cada vez mais se descrevem técnicas de Intervenção, numa viragem radical nos conceitos clássicos da Radiologia.

Os progressos da Radiologia não contrariaram o preceito fundamental de relacionar a Clínica com os dados das imagens radiológicas. Dentro da Radiologia estabeleceu-se, por outro lado, uma correlação cada vez mais íntima entre as várias técnicas de imagem. Os próprios equipamentos desenvolveram-se criando sistemas de chamamento rápido dos diversos estudos feitos a um doente, e onde o confronto se mostra vantajoso para um melhor diagnóstico. A partir daqui, valoriza-se, cada vez mais, o arquivo imagiológico. A transmissão das imagens, dentro de um Hospital ou a grandes distâncias, é a prática que se desmultiplica. O cadastro imagiológico de cada um de nós, tem grande valor para eventuais diagnósticos futuros, e para a investigação clínica.



O IMPACTO DOS RAIOS X
A descoberta dos Raios X provocou um impacto extraordinário no mundo da medicina, estes permitem que um paciente seja examinado internamente sem nenhuma cirurgia.
Porém apesar de todos os convenientes os Raios X também podem ser perigosos. No princípio de toda a descoberta dos Raios X, muitos foram os médicos a ficarem expostos e a exporem os seus pacientes aos feixes por longos períodos de tempo. Consequentemente, médicos e pacientes começaram a desenvolver doenças causadas por radiação e a comunidade médica percebeu que havia algo que estava errado.

O problema é que os Raios X são uma forma de radiação ionizante. Quando a luz normal atinge um átomo, esta não muda esse átomo de forma significativa, mas quando a radiação X atinge um átomo, este pode expulsar electrões do átomo, criando assim um ião, um átomo eletricamente carregado. Dá-se então, a colisão de electrões livres com outros átomos para criar mais iões.

A carga elétrica de um ião pode gerar uma reacção química anormal dentro das células. Entre outras coisas, a carga pode quebrar as cadeias de DNA. Uma célula com uma cadeia de DNA quebrada pode morrer ou o DNA desenvolver uma mutação. Se várias células morrerem, o corpo pode desenvolver várias doenças. Se o DNA sofrer mutação a célula pode se tornar cancerígena - e este cancro pode-se espalhar pelo resto do corpo. Se a mutação ocorre em um espermatozóide ou em um óvulo, pode causar deficiências no feto. Assim, e por todos os riscos a que os pacientes são submetidos, actualmente, a utilização de Raios X por parte dos médicos é feita de uma forma moderada.

Mesmo com todos estes riscos, o raio X continua a ser uma opção mais segura que a cirurgia. As máquinas de raios X são ferramentas médicas valiosas, assim como são valiosas em segurança e em pesquisa científica, sendo uma das invenções mais úteis de todos os tempos.

O APARELHO DE RAIOS X
O coração de uma aparelho de Raios X é um par de eléctrodos , um cátodo e um ânodo, que ficam dentro de um tubo de vidro a vácuo. O cátodo é um filamento aquecido, como o que se vê numa lâmpada fluorescente. O cátodo aquece depois de haver passagem de corrente pelo filamento, havendo uma consequente expulsão de electrões da superfície do último. O ânodo, positivamente carregado, é um disco achatado feito de tungsténio, que atrai os electrões através do tubo.



Composição de um aparelho de Raios X

A diferença de voltagem entre o cátodo e o ânodo é extremamente alta e por isso, os electrões movimentam-se pelo tubo com bastante força. Quando um electrão, em alta velocidade, choca com um átomo de tungsténio, um outro electão que se encontra numa camada mais interna do átomo é libertado. Assim, um electrão que esteja numa orbital energiticamente mais elevada, ou seja, mais externo, migra para o nível de energia mais baixo (mais interno), agora desocupado pelo electrão que anteriormente havia sido expulso. Esta migração para o nível de energia mais baixo corresponde a uma libertação de energia em forma de fotão. Assim, um fotão de Raios X é a energia libertada durante um choque de electrões.



O elecrão livre colide com o átomo de tungsténio, fazendo com que um electrão de um orbital energeticamente mais baixa se liberte. Um electrão de uma orbital mais elevada preenche a posição vazia, libertando o seu excesso de energia em forma de fotão.

Electrões livres também podem gerar fotões sem atingir especialmente um átomo. Comparando este facto à rota de um cometa em redor do Sol, o electrão diminui a sua velocidade e muda de direcção à medida que passa pelo átomo. Esta acção de "freio" faz com que o electrão emita o excesso de energia na forma de um fotão de raios X.



O electrão livre é atraído para o núcleo do átomo de tungsténio. À medida que o electrão passa, o núcleo altera seu curso. O electrão perde energia, sendo esta libertada na forma de fotão de Raio-X.

As colisões de alto impacto envolvidas na produção dos raios X geram muito calor e por isso existe em todas as máquinas de Raios-X um motor que faz girar o ânodo para que este não derreta (o feixe de electrões não se encontra focalizado sempre na mesma área). Existe, também, uma camada de óleo frio em redor da ampola que absorve calor.
Todo este mecanismo é protegido por uma blindagem grossa de chumbo que evita que os raios X escapem em todas as direcções. Uma pequena abertura na blindagem permite que alguns dos fotões de raios X escapem por um pequeno feixe, sendo que este pequeno feixe passa por uma série de filtros até chegar ao paciente.
Uma câmara situada no outro lado do paciente grava o padrão de Raios X que passam através do seu corpo. A câmara de Raios X usa a mesma tecnologia de filmes que uma câmara comum, sendo que existe uma reacção química que é accionada pela luz dos Raios X em vez de luz visível.
De um modo geral, as imagens aparecem com que um negativo. Isto quer dizer que as áreas que são expostas a mais luz ficam mais escuras e as áreas expostas a menos luz aparecem mais claras. Materiais duros, como ossos, aparecem em branco e materiais mais macios como os tecidos adiposos aparecem em preto ou cinza. Os médicos podem visualizar materiais diferentes variando a intensidade do feixe de raios X.

PRODUÇÃO DE RAIOS-X
Nas suas publicações, Roentgen não especificou o tipo de equipamento que fora utilizado, mas não é difícil imaginar os possíveis componentes do seu arranjo experimental: uma bateria de corrente contínua, uma bobina de indução, um tubo de vácuo e uma bomba de vácuo. Incrementados por fantásticos desenvolvimentos tecnológicos, e recebendo diferentes denominações, estes componentes continuam em uso na moderna pesquisa científica.
Na época de Roentgen, estes equipamentos eram conhecidos pelos nomes dos seus descobridores. Assim, as principais baterias eram as de Volta (inventada em 1800) e as de Bunsen (1843). Entre as bobinas de indução, as de Ruhmkorff (1851) eram as mais famosas.



No que se refere à utilização do vácuo, a primeira experiência de que se tem notícia foi realizada pelo italiano Gasparo Berti, por volta de 1640. A partir dessas experimentações, passando pelo barómetro de Torriceli (1644) e pela primeira bomba de vácuo construída por Guericke (1650), chegamos às diversas bombas disponíveis no final do século XX, entre as quais destacam-se: a bomba de pistão-duplo de Hauksbee (1709), as bombas de mercúrio de Geissler (1855), de Toepler (1862) e de Sprengel (1873), e a bomba de óleo de Fluess (1892). Na carta enviada a Zehnder, Roentgen informa que usou uma bomba Raps, cuja descrição não se encontra na literatura pertinente.

A elaboração de tubos de vácuo para observação de descarga eléctrica teve início com os trabalhos de William Morgan, por volta de 1785, e consistência experimental com os resultados obtidos por Faraday, por volta de 1833. Todavia, foi somente depois dos desenvolvimentos das bombas de vácuo, ocorridos depois de 1850, que as pesquisas sobre descargas eléctricas em gases rarefeitos tiveram considerável impulso. Em consequência, os tubos de vácuo mais conhecidos levam os nomes dos pesquisadores dessa época. Destacam-se os tubos de: Geissler, Pluecker, Hittorf, Crookes e Lenard.






A bobina de Ruhmkorff, funcionando segundo o princípio do transformador de corrente, é capaz de produzir altas voltagens. Esta contém duas bobinas enroladas em um núcleo de ferro, e isoladas entre si. A bobina interna (primária) é feita com um fio relativamente curto (de 30 a 50 metros), enquanto a externa (secundária) é feita com um fio muito longo (centenas de quilómetros). Para o funcionamento do equipamento, usa-se uma bateria de corrente contínua (ex. bateria de Volta) para fornecer uma determinada voltagem à bobina primária. Quando a corrente é subitamente interrompida, uma voltagem maior é induzida na bobina secundária. O factor de transformação da voltagem é proporcional à razão dos comprimentos dos fios. As bobinas utilizadas no final do século XX produziam tensões de milhares de volts. A interrupção da corrente pode ser realizada, por exemplo, com o auxílio de um interruptor usado nas transmissões telegráficas de código Morse. As potências dessas bobinas, medidas pelo comprimento da centelha que estas produziam, serviam para classificar os laboratórios da época. Para se ter uma ideia da ordem de grandeza, a Royal Institution of London preserva uma grande bobina de Ruhmkorff com 280 milhas de fio na bobina secundária, e capaz de produzir centelhas com 42 polegadas de comprimento.


Parece certo que o primeiro tubo de vácuo utilizado por Roentgen foi um tubo de Lenard, mas, aparentemente, ele comprou outros tubos de raios catódicos convencionais. A diferença essencial entre um e outro tipo de tubo, é que o de Lenard possui uma janela de alumínio, projectada para permitir o estudo dos raios catódicos no seu exterior. Confeccionados em vidro, esses tubos possuíam apenas dois electrodos no seu interior. Com o uso cada vez mais frequente dos Raios X, outros tubos passaram a ser construídos. Até 1913, o mais usado era o tubo de focalização, mas logo depois passou a ter larga aceitação o tubo de Coolidge, um modelo ainda usado nos dias actuais.

A PRODUÇÃO DE RAIOS X, NOS DIAS DE HOJE...

Hoje em dia, os Raios X podem ser produzidos quando os electrões são acelerados em direcção a um alvo metálico.




O choque do feixe de electrões (que saem do cátodo com energia de dezenas de KeV) com o ânodo produz dois tipos de Raios X. Um deles constitui o espectro contínuo, e resulta da desaceleração do electão durante a penetração no ânodo. O outro tipo é o Raio X é o característico do material do ânodo. Assim, cada espectro de Raios X é a sobreposição de um espectro contínuo e de uma série de linhas espectrais características do ânodo. O espectro contínuo é simplesmente uma curva de contagens por segundo (intensidade), versus comprimento de onda do raio X. Todas as curvas têm em comum o facto de que há um comprimento de onda mínimo, abaixo do qual não se observa qualquer tipo de raio X. O curioso é que este valor não depende do material do ânodo.




Baseados no modelo de Bohr podemos entender como são criados os Raios X, e a razão pela qual o espectro obtido com o tungsténio apresenta-se apenas como espectro contínuo.



Quando o electrão proveniente do cátodo incide no ânodo, este pode vir a expulsar o electrão de orbital. A órbita de onde o electrão é expulso, depende da energia do electrão incidente e dos níveis de energia do átomo do ânodo. A lacuna deixada por este electrão será preenchida por um electrão mais externo. Neste processo, a radiação X é, então, emitida, com frequência.

BREVE NOTA HISTÓRICA DA RADIOLOGIA
Quando, em 1895, Wilhelm Konrad Roentgen fez a descoberta dos Raios X não podia prever as consequências da introdução da radiação X na Medicina. A sua primeira análise, feita com o rigor de um Físico, dizia que, sendo os coeficientes de absorção dos tecidos moles demasiado próximos, não seria possível a sua destinção pela imagem radiológica. A rapidíssima expansão registada nas experiências com os raios X, deve-se a duas circunstâncias: primeiro, existiam ampolas espalhadas por imensos laboratórios de Física e o equipamento elementar era fácil de montar; segundo, era alguma coisa de fantástico mostrar "in vivo" o interior dos seres vivos.



Os primeiros clínicos limitaram-se ao estudo dos ossos e à pesquisa de corpos estranhos. Assim, é natural que a utilização tenha tido forte expansão através da Medicina Militar. Aos primeiros ensaios de russos e ingleses, respectivamente em conflitos na China e no Médio Oriente, seguiu-se a utilização em larga escala na I Grande Guerra Mundial. Se os primeiros radiogramas foram uma arte de físicos, a Guerra veio criar a necessidade de uma aprendizagem para a obtenção da imagem. Firmava-se o conceito de que para fazer o registo de uma imagem radiológica útil, era necessário não só saber manusear o equipamento como ter noções de Anatomia. De outro modo, não se teria um correcto posicionamento da estrutura anatómica.


A necessidade de se obterem radiografias com utilidade clínica tornou imperiosa a formação de Técnicos de Radiografia. Essa necessidade tornou-se mais aguda com o início da Guerra, e a disseminação de Postos Móveis de Raios X. Tanto a organização dos Postos Móveis de Raios X, como os primeiros cursos de Técnicos de Radiologia ficaram a dever-se, em França, a Marie Curie, numa das facetas menos conhecidas da sua vida. Logo no início da utilização dos Raios X, tentou-se a introdução de contrastes nas estruturas ocas de modo a ter o seu registo radiográfico. Assim, se obtiveram belíssimas angiografias em peças de cadáveres de animais e de homens. Em animais vivos, fez-se a introdução de substâncias opacas no tubo digestivo, verificando-se consequências tóxicas, que impediam a utilização no homem. Outra circunstância que limitava a radiografia, eram os longos tempos de exposição. Aliás, são dois problemas que atravessam toda a extensão do primeiro século da imagem médica: a individualização das estruturas anatómicas e a análise dos fenómenos rápidos, tanto fisiológicos como fisiopatológicos. Estes parâmetros perseguem, ainda, toda a investigação radiológica.



Assim, a radiologia é a parte da ciência que estuda órgãos e/ou estruturas através da utilização dos Raios x, envolvendo um processo de revelação. A radiologia subdivide-se em várias especialidades como a médica (para estudos de orgãos e estruturas de humanos), a odontológica, a veterinária, a metalúrgica, a esterilização, a ambiental, a científica e a alimentícia.


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Raios X identificam sinusite crônica na maioria das crianças

Raios X identificam sinusite crônica na maioria das crianças


Os casos mais difíceis de rino-sinusite crônica em crianças, usualmente são avaliados pelo CT , considerado exame padrão “gold standar” para um diagnóstico definitivo.Mas , segundo artigo publicado pelo European Annals of Allergy and Clinical Immunology o nosso tradicional raio-x de seios da face pode ser o primeiroexame solicitado pois o diagnóstico é preciso na maioria dos casos.

A sinusite crônica, condição que causa obstrução nasal, coriza, dor facial, cefaléia e eventualmente redução do olfato fica definida clinicamente quando se instala por um período de 12 semanas. Tratamento medicamentoso desta condição difere da rinite persistente, mas o diagnóstico diferencial muitas vezes não é tão simples.

Quando os exames de imagem são necessários para complementar a endoscopia rino-faríngea com fibra ótica, em geral são solicitados exames de CT ou RM (nota: essa é uma conduta prevalente no País de origem dos autores). As imagens produzidas por qualquer um destes métodos é superior aos raios x. O CT de seios paranasais prove resolução superior tanto na avaliação do tecido ósseo como de partes moles e diferencia eventuais superposições, eventualmente presentes no raio x. Imagens virtuais endoscópicas inclusive podem ser obtidas com a utilização de software 3D.

A vantagem da Ressonância, além da eliminar a exposição da criança à radiação, permite avaliação detalhada dos tecidos moles, o que auxilia a diferenciar e avaliar a extensão do processo inflamatório.Diferentemente do CT, consegue diferenciar diferentes opacificações sinusais.

Então, porque solicitar um RX de seios da face como primeiro exame? Qual a justificativa? É um exame muito barato, os aparelhos de raios X estão sempre disponíveis e , o mais importante, é possível realizar o diagnóstico na maioria dos casos, de acordo com o trabalho do Dr. Gualtiero Leo, alergista pediatrico no Hospital Infantil Buzzi e colegas. (Eur Ann Allergy Clin Immunol, December 2010, Vol. 42:6, pp. 199-204).

Os autores encorajam e recomendam o uso do raio x de seios da face , ao contrario de outros especialistas.Os autores observaram que o European Position Paper on Rhinosinusitis and Nasal Polyps de 2007 justifica a recomendação do uso do CT devido à eventual falsos positivos do raio x.

Entretanto, Dr. Leo e colaboradores referenciaram três estudos recentes que comparam a acurácia do diagnóstico de sinusite realizado pela incidência de Waters convencional e o CT. O RX teve sensitividade que variou de 68% a 84,2 % e especificidade de 69 a 87%.

Em vista destes dados, a maioria das sinusites podem ser diagnosticadas pela incidência de Waters neste grupo. CT e Ressonancia podem diferenciar os 15% ou 25 % dos casos remanescentes que necessitem maior detalhamento.

Em 2010, o preço de um raio x simples na Itália gira em torno de 30 euros, comparado com 107 euros para um CT e 153 euros para uma ressonância. Com as diversas economias mundiais buscando reduzir custos em saúde, obter um raiox simples é uma conduta bastante sensata, concluem os autores.

By Cynthia E. Keen, AuntMinnie.com staff writer

As diferenças entre PET CT e Pet Scan.

Esclarecimento:
Posicionamento Oficial da SBBMN (Sociedade Brasileira de Biologia, Medicina Nuclear e Imagem Molecular) sobre o Exame PET/CT


PET/CT é o mais novo procedimento de Medicina Nuclear a ser incluído no ROL de
procedimentos aprovado pela ANS. Nessa lista esse exame foi referido com o nome “PETScan”.

Algumas pessoas, por ignorância ou má-fé, têm sugerido que PET/CT e PET-Scan são
procedimentos diferentes.

PET/CT e PET-Scan são atualmente considerados sinônimos já que, há vários anos, não
mais existe em nenhum local do mundo a fabricação de equipamentos PET simples (sem CT).

No Brasil, praticamente todo o parque instalado de PET-Scans corresponde a equipamentos
PET/CT.

Por uma questão técnica toda imagem PET necessita obrigatoriamente de um tipo de
correção chamada “correção de atenuação”. Sem isso, as imagens perdem qualidade e não
podem ser quantificadas (não pode ser feito o cálculo do “SUV”). Nos equipamentos PET/CT a
correção de atenuação é feita a partir das imagens da CT (Tomografia Computadorizada).

Além disso, dados adicionais importantes para o diagnóstico são fornecidos através da análise
simultânea das imagens da PET e da CT .

Portanto, a suposição de alguns de que seria possível produzir uma imagem com
qualidade aceitável e com quantificação sem utilizar o componente CT dos atuais PET-Scans
(que são os PET/CTs) é totalmente absurda e só pode ser atribuída a pessoas que não tenham
um mínimo conhecimento técnico da área.

Devido ao exposto e em concordância com a tabela CBHPM que propõe no PET
dedicado oncológico (4.07.08.12-8) a cobrança da TC para PET dedicado oncológico
(4.10.01.22.2), a SBBMN vem a público prestar estes esclarecimentos sobre o exame PET/CT e se coloca à disposição dos interessados para dirimir quaisquer dúvidas técnico-operacionais adicionais.


DIRETORIA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE BIOLOGIA
MEDICINA NUCLEAR E IMAGEM MOLECULAR

Energia Nuclear e o Futuro dos Brasileiros

Energia Nuclear e o Futuro dos Brasileiros


O Brasil precisa desenvolver sua própria tecnologia de energia nuclear para aplicar em uso pacifico, como em Medicina Nuclear. Daí a necessidade de um reator Multipropósito que tornará o país autossuficiente na produção de radioisótopos, usados no diagnostico e tratamento de diversas doenças.

O reator dará a sustentação necessária para que a Medicina Nuclear possa, de fato se desenvolver no País. Os serviços médicos poderão investir em equipamentos e recursos humanos sem receio de faltar material radioativo.

Por ano, no Brasil, são realizados cerca de 3,5 milhões de procedimentos de Medicina Nuclear, mais a utilização per capita é baixa. Além disso, há um desbalanceamento na oferta de exames nas diferentes regiões do País. É preciso torná-los acessíveis a todos.

A decisão de construir o Reator Multiproposito Brasileiro (RMB) foi confirmada pela presidenta Dilma Rousseff, em 31 de Janeiro de 2011, durante visita a Argentina, quando assinou acordo binacional nesse sentido. Recentemente o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, falou publicamente da construção do reator com foco na produção de radioisótopos.

O fornecimento do principal insumo- molibdênio-99 - é feito totalmente por importação e chegou a ser interrompido em 2009, sendo este fornecimento inseguro e caro. Além disso, o RMB poderá ser utilizado em pesquises em áreas estratégicas, como o teste de componentes do submarino nuclear e de usinas nucleares, ou seja, peça fundamental para o sucesso do Programa Nuclear Brasileiro, com a nobre finalidade imediata de promover o desenvolvimento e a autossuficiência da Medicina Nuclear.

A construção do reator tem um custo estimado de R$ 850 milhões. A liberação de R$ 50 milhões, para o projeto básico, foi aprovada pelo conselho do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia.

A Medicina Nuclear representa, financeiramente, parte pequena de o Programa Nuclear, porém é talvez o componente mais nobre, já que favorece o diagnóstico e o tratamento de inúmeras doenças. Ao mesmo tempo, é uma especialidade que tem tido grande exposição na mídia, principalmente devido ao seu uso no tratamento. De membros do mais elevado escalão do governo brasileiro.

Atualmente, cerca de 70 % dos procedimentos da Medicina Nuclear são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e essa proporção deveria aumentar. “temos que lutar por esse aumento, mas não só isto”, afirma o Dr. Celso Darío Ramos, presidente da Sociedade Brasileira de Biologia Medicina Nuclear e Imagem Molecular.

Na opinião do médico “é fundamental iniciar uma nova fase de crescimento de especialidade”. Segundo o Dr. Dario “devemos estimular a produção nacional de novos radiofármacos”. Na opinião do médico “novas pesquisas e investimentos nesta área nos tornarão independentes da importação ou da replicação de produtos importados;além disso precisamos criar radiofármacos apropriados às doenças e às características de nossa população”.

O governo planeja investir em estrutura e equipamentos para produzir materiais radioativos. Mas devem investir também no material humano que proporcionará que todo esse investimento se reverta em beneficio à população. Com uma pequena fração do valor investido no reator, o governo precisa estimular a criação de serviços de Medicina Nuclear e Radiofarmacia de ponta em todas as universidades brasileiras.

É preciso que os pesquisadores disponham dessa ferramenta para produzirem produções para os problemas da população e não apenas copiarem radiofármacos para a população do primeiro mundo.

Fonte: Assessoria de Imprensa: Sociedade Brasileira de Biologia Medicina Nuclear e Imagem Molecular ( SBBMN)

País muda diretriz para câncer de colo do útero.

País muda diretriz para câncer de colo do útero.


Faixa etária de mulheres que devem fazer testes periódicos agora vai até 64 anos, por causa da maior expectativa de vida.

O INCA (Instituto Nacional de Câncer) vai lançar no início de julho as novas diretrizes para o rastreamento do câncer de colo do útero – o quarto que mais mata mulheres no Brasil.A principal novidade do documento, que orienta a conduta de profissionais de saúde da rede pública e privada do país, é a ampliação da faixa etária da população a ser submetida ao exame preventivo.

A maior causa da doença é a infecção por determinados tipos do vírus HPV (papilomavírus humano), transmitido por via sexual. O exame preventivo, o Papanicolau, identifica lesões que antecedem o câncer, permitindo o tratamento antes que a doença se desenvolva.Pelas diretrizes anteriores, de 2006, só mulheres com idade entre 25 e 59 anos deveriam realizar o exame. Agora, essa faixa será estendida para até 64 anos.

O motivo, segundo a técnica Flávia de Miranda Corrêa, da divisão de apoio à rede de atenção oncológica do Inca, é o aumento da expectativa de vida da brasileira, hoje em 76 anos.Como a doença leva de 10 a 20 anos para desenvolver, a realização de exames aos 64 anos da mais segurança as mulheres.

FREQUÊNCIA

O INCA quer aproveitar a divulgação das novas diretrizes para reforçar a recomendação de que os médicos realizem o papanicolau só de três em três anos após obter dois resultados positivos com um intervalo de um ano. Hoje, muitos médicos fazem o teste uma vez por ano ou até com mais freqüência, sobrecarregando de forma desnecessária o SUS.

Segundo Corrêa, como o desenvolvimento da doença é lento, isso não se justifica - pesquisas indicam que a realização anual do exame provoca uma queda de 93 % na incidência geral da doença; já com a realização a cada três anos, a redução é de 91 %.

“Hoje o SUS cerca de 12 Milhões de Papanicolaus por ano. Se os médicos seguissem a periodicidade recomendada, isso seria suficiente para cobrir toda a população-alvo”. Segundo Corrêa, o problema é que algumas mulheres são submetidas ao exame mais vezes do que o necessário, enquanto outras nunca o realizam. Os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),demonstram que a população feminina entre 25 e 64 anos soma 49,7 milhões de pessoas.Se todas fizessem o exame na rede pública, portanto, seriam necessários 16,5 milhões de Papanicolaus por ano.

Pesquisa realizada pelo instituto em 2008, porém, mostrou que apenas 84,5 % das brasileiras já fizeram o exame preventivo pelo menos uma vez na vida. Especialistas acreditam que muitas podem nunca tê-lo repetido. As novas diretrizes também desencorajam a realização de exames preventivos nas mulheres abaixo de 25 anos, já que, nessa idade, a infecção do HPV muitas vezes regride por conta própria.Caso os médicos optem por realizar, porém, a orientação é que adotem posturas mais conservadoras no caso de obterem um resultado positivo. Mas, segundo especialista, cabe ao médico decidir qual a conduta a ser adotada para cada diagnóstico específico encontrado.

Fonte : Matéria publicada na Folha de São Paulo em 11 de junho 2011.

Médicos pedem menos tomografias para evitar radiação

Médicos pedem menos tomografias para evitar radiação

Médicos brasileiros estão reduzindo os pedidos de tomografia e substituindo o exame por outros que não emitem radiação ionizante, como o ultrassom e a ressonância magnética.
A iniciativa, confirmada pelo CBR (Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem), ocorre após estudos recentes revelarem que até 2% dos cânceres nos EUA podem estar relacionados ao uso desse tipo de radiação.

Também está em discussão na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a revisão de uma portaria de 1995 que regulamentou a radiologia no Brasil. A nova versão do documento vai estabelecer o limite de radiação que os pacientes devem receber em um exame radiológico.

A radiação ionizante pode causar morte celular, e a probabilidade de câncer é proporcional à dose recebida.Hoje não há um limite estabelecido de quantos exames uma pessoa pode fazer para estar segura. A orientação é quanto menos, melhor.

Estudos apontam que o risco de câncer aumenta quando a exposição à radiação, que é cumulativa, passa de 40 millisieverts (mSv). Em uma tomografia computadorizada de abdome, por exemplo, o paciente se expõe de 2 mSv a 10 mSv de radiação ionizante. Se for obeso, a dose chega a ser o dobro.

A preocupação cresceu porque, nos últimos anos, a tomografia passou a ser um dos exames mais pedidos pelos médicos e, muitas vezes, sem necessidade.Nos EUA, ela responde por 50% de toda radiação recebida em exames. Estima-se que até 40% dos exames feitos por ano sejam desnecessários. No Brasil, não há estimativas do tipo, mas estudos mostram situação parecida.

ULTRASSOM

Para o radiologista Fernando Alves Moreira, especialista em tomografia e porta-voz do CBR, o comportamento dos médicos brasileiros começa a mudar."Como a tomografia tem uma resolução melhor e consegue pegar alterações menores, o pessoal pedia mais. Agora, com a preocupação da radiação, já se intercala com ultrassom ou ressonância."

O urologista Miguel Srougi, professor titular da USP, é um dos que mudaram de conduta, passando a limitar os pedidos de tomografia computadorizada no seguimento de pacientes oncológicos.Antes, ele solicitava uma tomografia a cada quatro meses nos casos de tumores de bexiga, por exemplo. Agora, intercala o exame com o ultrassom. "Se der alguma anormalidade, aí peço a tomografia. Diante das novas evidências, deve ser usada com cautela."

O oncologista Paulo Hoff, diretor-geral do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira, diz que há mudanças também no acompanhamento do câncer de testículo.
"O exame deve ser feito para complementar uma hipótese clínica, nunca para avaliar se há um câncer quando não existe outra indicação de que isso esteja acontecendo."

RESTRIÇÃO EM CRIANÇAS

Estudos mostram que uma tomografia computadorizada em uma pessoa de 25 anos aumenta o risco de câncer em 0,6%, em relação a quem nunca tenha feito o exame.Moreira diz que, em crianças, o bom senso em limitar exames deve ser ainda maior.

Já existe um movimento mundial neste sentido. Para crianças com doenças pulmonares crônicas, já se discute dispensar algumas fases do protocolo do tratamento (que prevê exames periódicos para análise da doença) para evitar o excesso de radiação.

VEÍCULO: Folha de São Paulo
CADERNO: Equilíbrio e saúde
DATA: 25.06.2011

O que está acontecendo com a Radiologia Brasileira?

O que está acontecendo com a Radiologia Brasileira?


A Radiologia Brasileira sempre foi considerada pelos colegas como uma das especialidades mais bem organizadas. O nível de articulação da Radiologia junto à entidades maiores como a Associação Médica Brasileira , o Conselho Federal de Medicina , dentre outras atesta essa característica. O destaque inclusive pessoal de alguns radiologistas, como é o caso do Professor Giovanni Cerri que é Secretário de Estado da Saúde de São Paulo, também é emblemático no sentido de demonstrar a força da especialidade.

Até mesmo o propalado poder econômico dos radiologistas que se organizam em laboratórios cada vez mais sofisticados e se aventuram na aquisição de equipamentos caríssimos reforça essa aura.S oma-se também , dentre outras características demonstrativas do nível de articulação da Radiologia Brasileira a capacidade de integração e até mesmo a liderança que os representantes da especialidade têm obtido no seu relacionamento com as instituições internacionais.O Dr. Antonio Soares de São José do Rio Preto , por exemplo é o Presidente da Federação Internacional de Radiologia Pediátrica , e outros radiologistas pediátricos brasileiros têm cargos importantes nas instituições internacionais.

A Radiologia Brasileira é muito bem vista pelas maiores Sociedades Internacionais , como por exemplo o RSNA – Radiological Society of North America - a maior delas – onde o próprio presidente eleito Dr. George Bizet vêm ao Brasil e proclama a importância dos radiologistas brasileiros no panorama internacional.

É com esse pano de fundo que surge a informação de que um dos principais sustentáculos da especialidade a Revista da Radiologia Brasileira vêm enfrentando algumas dificuldades como, por exemplo, redução do numero de artigos encaminhados à revista ou dificuldade em que membros do Conselho Editorial revisem artigos científicos em avaliação.

Com o objetivo de resolver esta questão o Professor Edson Marchiori que é o Editor da publicação divulgou um artigo no Boletim do CBR analisando o problema e destacando a importância desta revista no cenário nacional , particularmente no momento delicado pelo qual a Revista passa para obter indexação nos principais bancos interenacionais. Veja o artigo>>>

A importância da Revista Radiologia Brasileira para a especialidade no país.


Tenho visto com crescente preocupação o esvaziamento da revista Radiologia Brasileira, decorrente principalmente do afastamento de alguns expressivos colegas após as últimas eleições de Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR). Não me cabe discuti os motivos deste afastamento, mas gostaria de chamar a atenção para um dano colateral grave. Este esvaziamento está se refletindo, tanto na redução de artigos encaminhados para a revista, como pelas constantes recusas de revisores ou membros do Conselho Editorial em fazer a revisão dos artigos científicos em avaliação.

A Radiologia do Brasil está ocupando cada vez mais o papel de indiscutível liderança na América Latina, conforme pode ser observado nos nossos principais eventos científicos, especialmente a jornada Paulista de radiologia (JPR). A vinda de professores internacionais expressivos, que inicialmente era vista por alguns deles como uma concessão, um ato de benemerência para o terceiro mundo, passou a ser considerado como uma honraria, que enriquece seus currículos. Isto só traz benefícios para todos nós, radiologistas do Brasil.

Contudo, eu gostaria de ressaltar a importância da revista Radiologia Brasileira neste processo de valorização da nossa Radiologia. Enquanto os grandes eventos radiológicos nacionais são freqüentados por alguns milhares de médicos, o número de acessos à revista Radiologia Brasileira no período de um ano (junho de 2010 a maio de 2011) foi de 290.094 visitas, o equivalente a cerca de 60 vezes o numero de médicos participantes da última JPR! Este considerável número de acessos já acontece mesmo antes de estarmos indexados nos principais bancos de dados internacionais (luta na qual as últimas diretorias do CBR têm se empenhado de maneira louvável). Certamente após a indexação nos principais bancos de dados internacionais (luta na qual as ultima diretorias do CBR têm se emprenhado de maneira louvável). Certamente após a indexação, o número de acessos, que corresponde basicamente ao número de médicos que consultam as nossas pesquisas, deverá crescer exponencialmente.

O alto padrão cientifico atingido pela revista, ao longo dos 50 anos de sua existência, conseguido pelo esforço continuo dos editores que me precederam, com o apoio sem exceção das respectivas diretorias do CBR, não pode sofrer um retrocesso neste momento que estamos submetendo novamente a revista à avaliação pelos bancos internacionais (PubMed e ISI). Este retrocesso não terá volta.

Tenho a pretensão de dizer que a importância da revista Radiologia Brasileira para a Radiologia do Brasil esta acima de qualquer um de nós, leitores, autores, editores e diretorias do CBR. Peço a este mundo de amigos que tenho na Radiologia de todo país que reflitam sobre isso e, se concordarem com estas idéias, por favor, venham nos ajudar a preservar este patrimônio de todos nós, construído por tantas pessoas ao longo de tantos anos.

Dr. Edson Marchiori Editor da revista Radiologia Brasileira

Monitor Cerebral

Monitor Cerebral

Agência FAPESP – O professor Sérgio Mascarenhas, coordenador do Instituto de Estudos Avançados de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP), costuma dizer que, de “maldita”, a doença rara e de difícil diagnóstico que sofreu há cerca de seis anos – a hidrocefalia de pressão normal – se tornou “bendita”.

Inconformado na época em que recebeu o diagnóstico com o fato de que a medicina moderna ainda tivesse que perfurar o crânio das pessoas com a doença para medir a pressão intracraniana, Mascarenhas desenvolveu um método simples e minimamente invasivo para medir a pressão interna do cérebro de pacientes com hidrocefalia e traumatismo craniano. Método que pode ter diversas aplicações.

Composto por um chip, que é colocado externamente à cabeça do paciente por meio de uma pequena incisão, e um monitor externo, que recebe e registra as informações sobre a deformação óssea do crânio – que é proporcional à pressão interna do cérebro –, o método recebeu apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para ser difundido no Brasil e em toda a América Latina.

“A ideia do Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos, é que o método seja utilizado no Brasil nas ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), para que se possa avaliar o estado da pressão intracraniana de vítimas de acidentes de trânsito e obter um diagnóstico de urgência”, disse Mascarenhas à Agência FAPESP.

Em 2009, por meio do projeto intitulado “Desenvolvimento de um equipamento para monitoramento minimamente invasivo da pressão intracraniana”, apoiado pela FAPESP por meio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), o método, que foi tema do projeto de doutorado do pesquisador Gustavo Henrique Frigieri Vilela, realizado com bolsa da FAPESP, começou a ser testado em pacientes com traumatismo cerebral internados no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto.

Posteriormente, passou a ser testado para diversas outras aplicações, como no diagnóstico e acompanhamento de pacientes com acidente vascular cerebral (AVC).

“Com o método, é possível que os profissionais de saúde possam acompanhar os impactos neurológicos de um AVC e tomar providências no prazo de duas horas, que são cruciais para salvar ou diminuir as sequelas nos pacientes”, explicou Mascarenhas.

O dispositivo também está sendo estudado no acompanhamento de pacientes com tumor cerebral – que aumenta o volume interno do cérebro e a pressão intracraniana –, além de no diagnóstico de morte encefálica, quando desaparece a pressão intracraniana.

Outras possíveis aplicações do equipamento é em farmacologia, para medir os efeitos de drogas que atuam sobre desequilíbrios químicos do cérebro que alteram a pressão intracraniana – como a enxaqueca – e em veterinária, para medir a pressão intracraniana de animais de grande porte, como boi e porco, para avaliar a presença de encefalite – que aumenta o encéfalo e a pressão intracraniana.

Mas, de acordo com o pesquisador, os maiores avanços na aplicação do método foram obtidos no diagnóstico e acompanhamento de traumatismos cranianos e de epilepsia.

“Pela primeira vez foi possível ver o que ocorre com a pressão intracraniana de um paciente epilético durante uma convulsão. Porque não se pode perfurar a cabeça do paciente para observar isso”, disse Mascarenhas.

Patente internacional

O sistema foi patenteado no Brasil. Agora, o objetivo do pesquisador é registrá-lo na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) e depositar uma patente mundial, para evitar que seja copiado.

Paralelamente a esse processo de registro nos órgãos brasileiros e internacionais, o pesquisador pretende montar uma empresa, que deverá se chamar Brain Care, para começar a fabricar o equipamento em escala industrial e atender às demandas que estão surgindo, como a implementação dele nas ambulâncias do Samu.

Com isso, o método brasileiro deverá competir com sensores importados encontrados no mercado que, além de muito mais caros, são implantados dentro do cérebro dos pacientes. "As vantagens do nosso método é que, além de o preço ser muito mais baixo, não é preciso ter todo o grau de proteção contra infecções que os métodos importados invasivos precisam. Dessa forma, será possível disponibilizá-lo para a população mais pobre, que não tem acesso a essa tecnologia”, disse Mascarenhas.

Leia mais sobre a pesquisa: http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=3860&bd=1&pg=2&lg=

Pesquisador polivalente

Professor aposentado da USP, Mascarenhas contribuiu para a criação da área de pesquisa em física da matéria condensada no campus de São Carlos da USP, no fim dos anos 1950; da Embrapa Instrumentação Agropecuária, na mesma cidade, e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), na década seguinte.

Professor visitante de diversas universidades estrangeiras, em suas pesquisas Mascarenhas tratou de assuntos diversos, como os eletretos, corpos permanentemente polarizados que produzem um campo elétrico e que seriam utilizados mundialmente na fabricação de microfones e aparelhos telefônicos.

No início da carreira, dedicou-se ao estudo do efeito termodielétrico. Mais tarde, também realizou trabalhos na área de dosimetria de radiações (processo de monitoramento de radiação emitida), o que lhe permitiu, por exemplo, medir a quantidade de radiação existente em ossos das vítimas de Hiroshima.

Em 2007, ganhou o prêmio Conrado Wessel de Ciência Geral e, em 2002, a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico.

http://agencia.fapesp.br/14264

A translucência nucal é suficiente para afastar Síndrome de Down?

A translucência nucal é suficiente para afastar Síndrome de Down?


O termo “translucência nucal” (TN) refere-se à medida feita, através da ultrassonografia, da prega nucal do feto, ao final do primeiro trimestre da gestação. Ela deve ser realizada entre a 11ª e 13ª semanas de gestação, pelas vias abdominais e/ou transvaginal. Sua medida é considerada excelente meio de rastreamento de síndromes fetais, dentre elas a trissomia do cromossomo 21 ( Síndrome de Down), trissomia do 13 ( Síndrome de Patau), trissomia do 18 ( Síndrome de Edwards), Síndrome de Turner, dentre outras inúmeras.

A medida da TN, quando combinada à idade materna, é capaz de identificar cerca de 80% das ocorrências de trissomas, sendo o método mais efetivo e de menos custo para o rastreamento de cromossomopatias fetais durante o primeiro trimestre da gestação. Portanto, a translucência nucal de espessura normal não exclui a possibilidade de síndromes fetais.

Por outro lado TN está aumentada em cerca de 5% dos fetos cromossomicamente normais. Posto isso, a TN aumentada não constitui, isoladamente, anormalidade fetal. Quando isso acontece, acaba por originar, habitualmente, a realização de um teste diagnóstico (estudo do cariótipo fetal).

A ultrassonografia morfológica, realizada no segundo trimestre da gestação, entre 18ª e 24ª semanas, favorece a detecção das malformações congênitas, aumentando a sensibilidade diagnóstica. Segundo vários autores, a sensibilidade da ultrassonografia obstétrica em diagnosticar corretamente defeitos estruturais fetais, varia de 35 a 78,3%, já na ultrassonografia morfológica é estimada em 78,6%, sem anomalias previamente detectadas. Portanto, a cada 100 exames realizados, cerca de 20 podem não detectar algum tipo de defeito na formação fetal.

Desta forma, tem-se com os registros da literatura, que um exame morfológico não deve excluir todas as malformações fetais. Existem, ainda, algumas malformações fetais que podem não estar presentes no momento da realização da ultrassonografia morfológica, por aparecerem no final da gestação; dentre elas podemos incluir ventriculomegalia cerebral, hérnia diafragmática, agenesia do corpo caloso, atresia do piloro, obstrução intestinais, alterações do trato urinário, alterações cardíacas, entre outras.

O cariótipo fetal, diferentemente dos métodos acima citados, é um exame diagnóstico, capaz de identificar o sexo e as alterações cromossômicas numéricas estruturais das células. É através dele que o diagnóstico pré-natal se torna mais efetivo. No entanto, sua indicação deve ser baseada na avaliação cuidadosa dos benefícios naquela situação específica.


As indicações formais para a realização do estudo cariótipo no pré-natal são bem definidas e incluem:
- Idade materna igual ou superior a 35 anos;
- Idade paterna elevada (50 anos ou mais);
- Gestante ou pai portador de translocação balanceada ou não, ou outra anomalia cromossômica;
- Achados ultrassonográficos suspeitos ou presença de marcadores de risco de anomalia cromossômica fetal, como a translucência nucal aumentada;
- Gestante que apresenta filho anterior com cromossomopatia;
- Uso de drogas com efeito na divisão e multiplicação celular, tais com quimioterápicos;
- Casal com história de abortamentos de repetição;
- Consangüinidade;
- Existência de restrição de crescimento fetal muito evidente sem causa aparente ou de inicio precoce, e do tipo simétrico;
- Ansiedade materna ou do casal.

A obtenção do material fetal pode ser feita por meio de biópsia de vilo coriônico, amniocentese (líquido amniótico) ou cordocentese (sangue fetal). Embora não sejam métodos 100% isentos de risco, as complicações variam entre 0,5 a 1%, sendo tais valores considerados muito baixos, permitindo que a ênfase maior seja no risco genético fetal aumentado.

Concluindo, é importante relembrar que diferentemente do estudo cariótipo fetal, as ultrassonografias são apenas exames de rastreamento, incapazes de excluírem todas as malformações fetais, inclusive quando consideradas normais.

Dra. Carla Cristina T. P. Benetti, Dra. Renata Nogueira Manoel
Publicado no Boletim Mama Imagem n 29 de Abril Junho 2011

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Pela última vez na história, ônibus espacial pousa na Flórida




Pela última vez na história, ônibus espacial pousa na Flórida.
Missão foi a última tripulada da história da Nasa.
Atlantis pousou, como previsto, às 6h56 (horário de Brasília).

Agora acabou. Pela última vez, um ônibus espacial da Nasa fez seu pouso no Centro Espacial Kennedy, na Flórida, às 6h56 (horário de Brasília). O Atlantis encerrou uma missão histórica de 13 dias e agora vai virar peça de museu.

"Missão cumprida, Houston", foram as palavras do comandante Chris Ferguson assim que a nave pousou. "Após servir por 30 anos, o ônibus espacial conquistou seu lugar na história e agora faz sua última parada".

O comandante afirmou que os americanos vão voltar ao espaço. "O ônibus espacial mudou a maneira com que vemos o mundo, a maneira com que vemos o universo. A América não vai parar de explorar. Obrigado por nos proteger e por trazer este programa para um fim merecido."

Ferguson também lembrou os outros ônibus espaciais. "Obrigado Columbia, Challenger, Discovery e Endeavour", afirmou após o pouso.



Em resposta, o controle da missão parabenizou a tripulação. "Aproveitamos esta oportunidade para parabenizar a vocês, Atlantis, assim como os milhares de indivíduos apaixonados em toda esta nação exploradora do espaço que realmente deram poder a esta espaçonave incrível que, por três décadas, inspirou milhões por todo o globo", disse o astronauta responsável pela comunicação com a nave, Barry Wilmore. "O Atlantis está em casa, sua jornada está completa. Este é um momento para ser apreciado",

Milhares de pessoas se reuniram na cidade de Cabo Canaveral para acompanhar o pouso. Na transmissão da Nasa, o clima foi de nostalgia. Não há previsão de quando uma nova missão ao espaço com seres humanos será organizada pelos Estados Unidos.

A nave levou à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) o módulo Rafaello carregado de toneladas de equipamentos para abastecer o complexo orbital. A partir de agora, todas as viagens à ISS serão feitas pelas naves russas Soyuz.

Ao todo, quatro astronautas estiveram a bordo, além do comandante Christopher Ferguson, o piloto Doug Hurley e os especialistas de missão Sandy Magnus e Rex Walheim.

A aposentadoria
A decisão de aposentar a frota veio após o acidente com o Columbia, que se desintegrou na reentrada após uma missão em 2003. A orientação do então governo Bush era finalizar a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), aposentar a frota até 2010 e desenvolver uma nave nova que deveria estar em operação em 2014.

De lá para cá, o governo Obama confirmou a aposentadoria do programa, mas permitiu um ano a mais de voos, até 2011. As operações na ISS foram estendidas até pelo menos 2020. E o programa de naves da administração Bush, o projeto Constellation, foi cancelado. Em seu lugar, o atual presidente ordenou que a parte de desenvolvimento e construção de espaçonaves fosse delegada à iniciativa privada, enquanto a Nasa se dedicaria a pensar as próximas fronteiras da exploração espacial.

O Atlantis
O quarto ônibus espacial da Nasa estava em operação há 26 anos e foi responsável por alguns dos grandes marcos do programa americano: ele lançou o telescópio espacial de raios gama Compton e as sondas Magellan para Vênus e Galileo para Júpiter.

A nave também foi a primeira americana a acoplar com a estação espacial russa Mir, para onde fez sete voos consecutivos, entre 1995 e 1997.

Em 2009, o Atlantis fez a última missão de reparos prevista para o telescópio espacial Hubble, que permitiu que o observatório orbital, que estava definhando na época, pudesse ter sua expectativa de vida estendida para até 2014.

No voo seguinte, ele bateu o recorde do Discovery de menor número de problemas técnicos em uma missão: 54. Em 2010, bateu seu próprio recorde e baixou o número para 46.

A missão de 2010 estava prevista para ser a aposentadoria oficial do ônibus espacial. A atual era apenas uma missão de stand-by que seria usada para caso de necessidade de resgate do Endeavour, que, na época, estava previsto para fazer a missão final da frota. Com a decisão de tornar o voo de resgate em uma missão oficial, a nave foi recolocada em serviço.

Após a aposentadoria, o Atlantis será o único que continuará na Flórida, em exibição no complexo de visitantes do Centro Espacial Kennedy. O Discovery será enviado ao Museu Smithsonian na capital americana, Washington DC, no lugar do protótipo Enterprise, que nunca foi ao espaço e será transferido para Nova York. O Endeavour irá ao Centro de Ciência da Califórnia, em Los Angeles.

Do G1, em São Paulo

terça-feira, 19 de julho de 2011

Planta 'pata de camelo' pode ser usada para tratar epilepsia

Planta 'pata de camelo' pode ser usada para tratar epilepsia
Alternativa também pode ser usada para estresse e ansiedade.
Espécie é usada na medicina tradicional de país africano.

Uma planta conhecida como “pata de camelo” (Filoestigma reticulatum) pode ajudar no tratamento da epilepsia ao baixar a temperatura corporal humana, aliviando o estresse e a ansiedade. A descoberta foi feita por Elisabeth Ngo Bum, da Universidade de Ngaoundere, de Camarões, e apresentada no Congresso Mundial de Neurociência, que ocorre em Florença, na Itália, até o dia 18 de julho.
A planta não causa dependência nem sonolência e pode ser usada em crianças e em adultos"

A pata de camelo é usada na medicina tradicional de Camarões para tratar a ansiedade e agitação. Até pouco tempo, a professora tinha apenas experiências comprovadas no seu cotidiano, de que quando ingerido o chá da planta, elas mudavam de comportamento e ficavam mais tranquilas. No entanto, não havia provas científicas de como ela agia no cérebro.

Foram feitos vários testes em três diferentes modelos animais que comprovaram o resultado efetivo da pata de camelo, diminuindo o estresse e a ansiedade provocados nos ratos.

A pesquisadora também provou que o medicamento, tomado em doses prescritas corretamente, não causa efeito colateral nem dependência. “A planta tem efeito parecido como os bendiazepinicos, pode ser usada tanto em crianças como em adultos, não causa dependência nem sonolência, pode ser retirada a qualquer momento do paciente sem causar nenhum dano".

O uso da planta foi uma alternativa encontrada para tratar a população africana que não têm acesso a medicamentos mais caros. “Só a minoria das pessoas na África recebe os tratamentos básicos normais e dignos de saúde. Nossa pesquisa pode prover uma eficiente medicina tradicional para tratar os problemas locais e de países com baixo poder aquisitivo”, diz a cientista.

A expectativa é de que em dois anos o medicamento já esteja disponível em hospitais locais.


Fonte: G1

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Cadeira eléctrica para o tratamento da osteoporose
Tecnologia, desenvolvida no Brasil, está a ser testada em idosos

Numa pessoa sem osteoporose, ossos têm células que captam sinais mecânicos
Um novo equipamento desenvolvido por investigadores das universidades de São Paulo (USP), de São Carlos e da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), no Brasil, está a ser testado no tratamento para a osteoporose.


Trata-se de uma cadeira que emite sinais eléctricos. O tratamento é indolor e as sessões não excedem os 20 minutos. Actualmente, as terapêuticas para a osteoporose são realizadas com recurso a medicamentos e exercícios físicos.
A nova tecnologia produz sinais eléctricos que atingem directamente os ossos mais prejudicados pela doença: fémur, coluna e bacia. Para realizar o tratamento, basta ao paciente ficar sentado sentado na cadeira e premir um botão.

A cadeira usufrui de duas placas, colocadas debaixo do estofo, que formam um campo eléctrico. Não há dor. Ao todo, são cinco sessões por semana e, quando o tratamento é concluído, o aparelho envia um alerta.

Segundo a fisioterapeuta da Unifesp, Ana Paula Lirani Galvão, quando o campo eléctrico atinge os ossos, algumas células do organismo captam os sinais e estimulam a formação de uma nova massa óssea, o que aumenta a absorção de cálcio.

Galvão explica que, numa pessoa sem osteoporose, os ossos têm células que captam sinais mecânicos – gerados, por exemplo, pela acção de andar ou correr – e enviam uma carga eléctrica para outras células responsáveis por formar mais ossos. O objectivo da nova técnica é criar os sinais eléctricos que o corpo deixou de enviar e, assim, estimular a formação da nova massa óssea.

Os primeiros testes foram realizados em ratos de laboratório e os resultados foram positivos. Agora, a experiência já está a ser aplicada a uma centena de idosos, que estão internados em três lares de São Paulo – 40 deles sob placebos, ou seja, sem efeitos reais.

Orivaldo Lopes da Silva, professor de bioengenharia da USP de São Carlos e responsável pelo equipamento, avançou que pretende pôr o produto no mercado até 2012, a um preço acessível.

Fonte: Revista Ciencia Hoje

Aplicação da Apple facilita diagnóstico clínico

"Mobile MIM" já foi aprovado nos EUA e vai estar disponível em 34 países

Aplicação pode ser instalada no iPhone e no iPad

Os norte-americanos podem, a partir desta semana, conhecer o seu estado de saúde sem irem a um consultório, graças a uma nova aplicação que permite aos médicos terem acesso a exames dos seus pacientes através do telemóvel.

O "Mobile MIM", que para já só pode ser instalado no iPhone e no iPad, foi aprovado pela "Food and Drug Administration (FDA)", organização responsável pelo controlo sanitário nos Estados Unidos.

O programa dispõe de 14 idiomas e vai ser vendido nas lojas online da Apple em 34 países da Europa, Ásia, América do Sul e Médio Oriente.
Embora possibilite a observação de imagens criadas por tomografia computadorizada, ressonância magnética ou outras tecnologias de medicina nuclear, a FDA esclareceu que esta ferramenta "não tem o propósito de substituir os equipamentos convencionais e que a sua utilização é indicado apenas em casos cujo acesso a outras alternativas é limitado".

O "Mobile MIM" comprime as imagens registadas num hospital ou num consultório médico, transferindo-as de uma forma segura para a rede e enviando-as assim para outro telemóvel. O médico que as receber pode avaliá-las adequadamente, medir distâncias e valores de intensidade e ainda fazer anotações de interesse.

“Esta tecnologia proporciona aos especialistas a capacidade de verem as imagens de uma forma imediata e de realizar diagnósticos sem a necessidade de estar no consultório ou ter de esperar lá os resultados”, explicou William Maisel, da FDA.

Impressora para tecidos biológicos é o futuro da medicina reconstrutiva

Tecnologia desenvolvida na Universidade de Cornell foi apresentada no encontro da AAAS

Impressora funciona como uma de jacto de tinta
Uma impressora 3D desenvolvida para imprimir com tecidos biológicos foi uma das novidades apresentadas no encontro da AAAS (Associação Americana para o Avanço da Ciência), que terminou na passada segunda-feira, em Washington.

Este aparelho foi desenvolvido na Universidade norte-americana Cornell, por uma equipa de investigadores liderada por Hod Lipson. Actualmente, estão a trabalhar na impressão de orelhas para serem usadas na medicina reconstrutiva.
O objectivo desta tecnologia é promover uma melhor e mais eficaz reconstrução. Os investigadores querem que no futuro cada paciente tenha todos os pormenores do seu corpo armazenados nos computadores dos médicos.

Quando uma pessoa necessitar de uma nova cartilagem ou até um osso, as informações estarão disponíveis para se realizar uma reconstrução perfeita.

Depois, as células do próprio paciente serão recolhidas e postas em cultura para serem usadas como “tinta” para imprimir novas partes do corpo. A impressora, explicam os cientistas, funciona basicamente como uma de jacto de tinta ou de um plotter de impressão. Dentro de uns 20 anos, acreditam os investigadores, esta tecnologia poderá fazer parte do quotidiano médico.

Fonte: revista Ciência Hoje

Britânicos usam método de autópsia 'não-cirúrgica'

A tomografia computadorizada pode encontrar traumas, fracturas e sinais de doenças.


A tomografia computadorizada pode encontrar traumas, fracturas e sinais de doenças.
Uma equipa da Universidade de Leicester, na Grã-Bretanha, desenvolveu um novo método de autópsia que dispensa grandes procedimentos cirúrgicos. A técnica envolve o uso de um aparelho de tomografia computadorizada (TC) e uma pequena incisão no pescoço e até agora obteve 80 por cento de acerto na determinação da causa da morte.

Uma autópsia convencional requer que o corpo seja aberto cirurgicamente para que os órgãos sejam examinados – o que não é permitido por alguns grupos religiosos. Os investigadores decidiram usar uma tomografia computadorizada para tentar encontrar traumas, fracturas e evidência de doenças cancerígenas no corpo, mas ainda é necessário fazer o corte no pescoço para examinar o coração mais profundamente.
Um cateter é inserido até chegar ao órgão, que é então injectado com ar e depois com um contraste. A TC é então utilizada para verificar a existência de doenças cardíacas. Até agora, a nova técnica já foi testada em 33 corpos e continuará a ser utilizada ao longo deste ano.

"A primeira coisa que precisamos é de uma base significativa de provas científicas para convencer nossos colegas patologistas e legistas de que uma autópsia por tomografia computadorizada oferece exactamente a mesma informação que uma autópsia tradicional", referiu Sarah Saundres, líder do estudo. Existem várias técnicas alternativas de autópsia a serem testadas em diferentes partes do mundo, mas “o método da Universidade de Leicester é mais rápido e barato”, concluiu.

fonte: Revista ciência Hoje

O poder de um beijo virtual

Cientistas japoneses reproduzem sensação que pode ser enviada via internet
Beijo é transformado em códigos e enviado pela internet

Uma equipa de cientistas japoneses conseguiu desenvolver uma forma de transmitir a sensação de um beijo pela internet. O sistema, criado pelo Laboratório Kajimoto da Universidade de Comunicações Electrónicas, em Tóquio (Japão), utiliza um receptor que regista os movimentos da língua do utilizador, fazendo com que o outro aparelho os reproduza.

A tecnologia funciona através de um canudo plástico adaptado a um aparelho que vai girando para os lados conforme os movimentos com a língua que o utilizador reproduz. O acto é registado, transformado em códigos e enviado pela internet. Quando chega ao aparelho do receptor, reproduz a acção.
Além de transmitir ao vivo a sensação de um beijo, é possível gravá-las e "usá-las" sem a intervenção de um emissor. Segundo os criadores do sistema referiram em comunicado, apesar de muito descritivo e figurativo, ainda estão muito longe de replicar o beijo. "O acto inclui a respiração, humidade da língua e o tacto e quando isso se conseguir, terão criado um aparelho poderoso", concluem.

Fonte: revista Ciência Hoje

Vem aí o “telemóvel de papel”

Vem aí o “telemóvel de papel”

O primeiro telemóvel de papel está prestes a revolucionar o mundo da computação interactiva. “Isto é o futuro e, dentro de cinco anos, esta tecnologia estará no mercado”, acredita Roel Vertegaal, criador deste dispositivo e investigador da Queen’s University, no Canadá.
O protótipo, designado “PaperPhone”, foi descrito como um iPhone flexível. “Dá para fazer tudo o que se faz com um smartphone, como realizar chamadas telefónicas, reproduzir músicas ou armazenar livros digitais. Funciona como um papel interactivo em que, para se mudar de menu, dobram-se os cantos”, esclareceu o investigador.

É composto com uma película fina e flexível, o que o torna mais “portátil” do que qualquer telemóvel, pois pode ser guardado em qualquer sítio, como numa carteira ou dentro de um livro. A flexibilidade do visor faz com que o telemóvel se adapte, por exemplo, ao formato do bolso.

Esta tecnologia também está adaptada para computadores e pode, de acordo com o seu mentor, dar origem aos “escritórios sem papel”, na medida em que “tudo pode ser armazenado digitalmente e os computadores podem ser colocados uns em cima dos outros, como uma pilha de papel”.

Esta invenção, que foi apresentada na “Conferência Internacional de Interacção Homem - Computador”, no Canadá, abre assim portas a uma nova era de computadores "super leves” que têm ainda a vantagem que não gastar energia quando ninguém está a utilizá-los.
Video do produto:http://www.youtube.com/watch?v=Rl-qygUEE2c&feature=player_embedded

Fonte: Revista Ciência Hoje
Cientistas criam laser a partir de células humanas
Técnica inédita pode revolucionar fotomedicina


Células sobreviveram à experiência
Pela primeira vez na história da ciência, um organismo vivo foi induzido a produzir raios laser, através de uma técnica que se baseia numa célula programada geneticamente para produzir uma proteína capaz de emitir luz e que é encontrada naturalmente numa espécie de medusa.

O trabalho dos cientistas Malte Gather e Seok Hyun Yun, do Wellman Center for Photomedicine do Massachusetts General Hospital, nos Estados Unidos, foi publicado na revista científica “Nature Photonics” e pode ter aplicações na criação de imagens microscópicas de qualidade superior às actuais e também em tratamentos médicos que utilizam luzes.

A luz laser diferencia-se da luz normal porque tem um espectro mais reduzido de cores, como ondas de luz que oscilam juntas, em sincronia. As formas mais modernas de laser utilizam materiais sólidos construídos cuidadosamente para produzí-lase podem ser empregues em diversos aparelhos electrónicos, entre eles, scanners de supermercados, leitores de DVDs e robôs industriais.

A dupla de investigadores recorreu a uma proteína verde fluorescente (Green Fluorescent Protein ou GFP) como forma de amplificar a luz. Esta molécula, que é alvo de muitos estudos, revolucionou a biologia ao agir como uma "lanterna" que pode iluminar sistemas vivos.

Gather e Yun programaram células do rim humano para produzir GFP. As células foram colocadas, uma de cada vez, entre dois micro-espelhos que funcionaram como uma "cavidade laser" na qual raios de luz foram reflectidos múltiplas vezes. Quando a célula foi exposta à luz azul, passou a emitir luz verde intensa e direccionada.

As células continuaram vivas durante e depois da experiência. Além disso, de acordo com os cientistas, este sistema vivo é “auto-regenerativo”. Ou seja, se as proteínas que emitem luz são destruídas no processo, a célula produz novas proteínas.

Fonte: Revista Ciência Hoje

Japoneses desenvolvem primeira cápsula endoscópica autónoma

Japoneses desenvolvem primeira cápsula endoscópica autónoma
Dispositivo é automotor e de controlo remoto
Cápsula "navega" ao longo do tubo digestivo

Uma equipa de investigadores japoneses anunciou ter desenvolvido uma cápsula endoscópica automotora e controlada à distância que pode "navegar" no tubo digestivo.

Os investigadores da Universidade Ryukoku e da Faculdade de Medicina de Osaka conseguiram, graças a esta cápsula com a forma de um girino e que se desloca sozinha, captar imagens do interior do estômago e do cólon de um ser humano.

Esta é "a primeira vez que um endoscópio se move de forma autónoma com sucesso do ânus para o cólon para captar imagens", assegurou a equipa de investigação durante uma conferência internacional sobre doenças digestivas em Chicago, nos Estados Unidos da América.

Este pequeno instrumento, denominado "Sirène", mede um centímetro de diâmetro e 4,5 centímetros de cumprimento e tem uma espécie de pequena barbatana traseira que permite um controlo preciso da sua direcção e localização.

Os médicos utilizam um dispositivo tipo "joystick" para orientar os movimentos da cápsula, enquanto visionam a sua posição num ecrã.

Este endoscópio pode ser ingerido para um exame ao estômago ou inserido por via rectal para examinar o cólon.


Fonte: Revista Ciência Hoje

Médico reanima menino depois de parada cardíaca de 40 minutos

Joshua Baker, 5 anos, sofreu parada depois de cirurgia no coração; médico abriu peito de criança e massageou coração com as mãos.
O coração do menino Joshua Baker parou por 40 minutos


Um menino de cinco anos, cujo coração parou durante 40 minutos, foi trazido de volta pelo médico do hospital onde estava internado na Grã-Bretanha, que abriu seu peito e massageou o coração com as próprias mãos.

Joshua Baker sofreu a parada cardíaca em dezembro de 2010, dias depois de passar por uma operação cardíaca arriscada no Hospital de Glenfield, em Leicester.

O coração de Joshua parou de bater quando os pais do menino, Rebecca e Lee Baker, estavam perto de sua cama. Médicos e enfermeiras correram, mas um dos cirurgiões do caso de Joshua, Giles Peek, passava pelo local.

Peek abriu o peito do menino e começou a massagear o coração de Joshua durante 40 minutos até que ele voltasse a bater sozinho.

Logo depois, os médicos avisaram aos pais que, mesmo se Joshua sobrevivesse até o dia seguinte, o menino provavelmente teria algum dano cerebral devido ao fato de seu cérebro ter ficado sem oxigênio.

No entanto, meses depois de ter sofrido a parada cardíaca, Joshua se recuperou e voltou a viver uma vida normal.
Joshua já está recuperado e nos braços da mãe




Doença grave
Duas semanas depois de nascer, Joshua foi diagnosticado com uma doença grave e congênita do coração.

Antes dos dois anos de idade, o menino passou por quatro grandes operações e sete procedimentos menores. Em novembro de 2010, durante exames de rotina, os médicos descobriram que um dos lados do coração de Joshua estava com um problema grave que só poderia ser resolvido com uma operação longa e complexa.

A operação, para fortalecer os ventrículos do coração, era muito arriscada e os médicos alertaram a família que Joshua teria apenas 20% de chance de sobreviver.

No entanto, ele sobreviveu à operação e foi mantido na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica do Hospital Glenfield, onde sofreu a parada cardíaca e foi reanimado pelo médico Giles Peek.

O menino ficou na Unidade de Terapia Intensiva por duas semanas, até se recuperar.



Fonte: Da BBC