sábado, 17 de dezembro de 2011

RADIOLOGIA DIGITAL
Desde a descoberta dos raios X por Wilhelm Konrad Roentgen em 1895, a Radiologia manteve-se inalterada na sua essência até meados dos anos 60, sendo uma energia modulada que ao atravessar o corpo é registada num receptor, o filme radiográfico ou o ecrã radioscópico, como uma representação analógica. O extraordinário desenvolvimento dos computadores, quanto à sua capacidade e miniaturização, permitiu revolucionar o conceito de Radiologia, tornando possível o advento da tomografia computorizada (TC), e abrir toda uma gama de novas possibilidades, com especial ênfase para o uso de energias não ionizantes.

O Radiologista passou a conviver com um novo conceito de representação do objecto radiológico - a representação digital. Enquanto a uma representação analógica subjaz uma possibilidade infinita de valores diferentes distribuídos no espaço, uma representação digital é discreta, com mudanças bruscas entre valores que são invariáveis dentro de certos limites, cuja dimensão define a unidade elementar da imagem, designada por pixel (picture x element). No equipamento tradicional o estudo é obtido da sensibilização de um filme comum por meio de raios-X.
Na radiologia digital, o filme convencional é substituído por uma película especial, sensível aos raios-X, que é lida por equipamento moderno de computação, o que proporciona uma imagem de alta resolução.

Esta representação digital leva a uma resolução espacial pior que a da imagem analógica. Realmente uma radiografia simples, que é uma imagem analógica, tem como limite da resolução espacial o tamanho do grão fotográfico, muito mais pequeno que o tamanho do pixel.

Onde residem então as vantagens da imagem digital?

Em primeiro lugar na resolução de contraste que advém da incomensuravelmente maior discriminação dos novos receptores e da diminuição do ruído que é cerca de 1/10 do da radiografia. Só este factor tem um peso muito significativo no índice sinal/ruído, tornando a imagem muito mais diagnóstica.

Mas além disso, a radiografia convencional, ao mesmo tempo que é um detector pouco discriminativo, de valores fixos, e documento único, sobre o qual se faz a leitura, ainda tem de ser transportada até todos os potenciais utilizadores, e finalmente tem de ser arquivada. Ao contrário, a imagem digital contempla a possibilidade de ser representada de múltiplas maneiras, utilizando a restrita gama de cerca de 30 cinzentos que os nossos olhos são capazes de discriminar, entre as milhares que o processo disponibiliza, centrados em estruturas diferentes e com representações diferentes.

Num tórax, por exemplo, pode-se centrar a imagem nas altas atenuações e assim estudar o medias tino e a coluna, ou pode-se centrar a imagem nas baixas atenuações e estudar o parênquima pulmonar. Com o uso criterioso deste sistema de janelas, as subtis diferenças de contraste podem ser postas em evidência.


O PROGRESSO DA RADIOLOGIA
O desenvolvimento de novos equipamentos veio a permitir exposições cada vez mais curtas, tanto através da melhoria dos aparelhos de Raios X, como pela evolução do registo radiográfico. O progresso das emulsões das películas e a utilização de ecrãs de reforço culminaram, quase um século depois, com o aparecimento da Laser e da Digitalização da Imagem.
O progresso dos contrastes foi determinante para a individualização das estruturas anatómicas e para a criação de uma semiologia radiológica. Primeiro, aconteceu a introdução directa numa estrutura oca. Depois, alcançou-se a utilização de um ciclo fisiológico. Assim se visualizaram estruturas mais inacessíveis, como as vias biliares e as vias urinárias.
A individualização de estruturas pelos contrastes não contornou, porém, o problema das sobreposições anatómicas na projecção radiográfica. Por isso, pensou-se longamente como se havia de "cortar" um corpo, apagando o que estava à frente e atrás da estrutura que se queria estudar. Deste modo, nasceu a Tomografia Linear. Depois, veio a Tomografia de Movimentos Complexos tentando-se a individualização máxima das pequenas estruturas.A análise das estruturas anatómicas veio a socorrer-se, mais tarde, de outros tipos de radiação. O emprego dos ultrasons teve, porém, um período de gestação bem mais longo do que os Raios X. Hoje, também, a Ecografia, como a Ressonância Magnética não podem ser dissociadas na bateria de meios de diagnóstico pela imagem.
O pormenor dos fenómenos fisiológicos e fisiopatológicos só alcançou concretização, em muitos casos, com o contributo do Radiocinema e da Cineanálise. Um emprego clínico alcançado quase meio século depois das demonstrações simultâneas dos raios X e do Cinema. A colheita da Imagem Radiológica tem preceitos rigorosos, dela dependendo o êxito do exame. Para cada estrutura há um conjunto de incidências estabelecidas. Em muitos órgãos o posicionamento do doente deverá ser conduzido através do controlo de Intensificador de Imagem.


O caminho para individualização das estruturas, e das suas alterações, veio conhecer sucessivas possibilidades com a Ecografia, a Tomografia Computorizada e a Ressonância Magnética.
Voltando mais atrás no tempo, recorde-se que, logo que os equipamentos permitiram o registo útil de uma patologia, verificou-se haver discrepância entre os sinais clínicos e a imagem dada pela radiografia. A explicação foi encontrada no princípio físico e químico das modificações de uma estrutura anatómica em relação à afecção que a atinge. Este facto levou ao desenvolvimento de uma estreita, e imprescindível, relação entre a Anatomia Patológica e a Radiologia. A semiologia radiológica veio a criar, não só parâmetros de alterações das estruturas anatómicas, como o timing correspondente às modificações físico-químicas condicionantes dos coeficientes de absorção.

A Radiologia foi, durante largo espaço do seu percurso, uma especialidade dirigida para o diagnóstico pela imagem. O sector terapêutico quase se limitava à aplicação das radiações em algumas afecções, nomeadamente malignas. O melhoramento da imagem e dos equipamentos, permitiram conduzir prácticas terapêuticas conjugadas com técnicas inicialmente apenas de diagnóstico, como foi o caso da Angiografia. Cada vez mais se descrevem técnicas de Intervenção, numa viragem radical nos conceitos clássicos da Radiologia.

Os progressos da Radiologia não contrariaram o preceito fundamental de relacionar a Clínica com os dados das imagens radiológicas. Dentro da Radiologia estabeleceu-se, por outro lado, uma correlação cada vez mais íntima entre as várias técnicas de imagem. Os próprios equipamentos desenvolveram-se criando sistemas de chamamento rápido dos diversos estudos feitos a um doente, e onde o confronto se mostra vantajoso para um melhor diagnóstico. A partir daqui, valoriza-se, cada vez mais, o arquivo imagiológico. A transmissão das imagens, dentro de um Hospital ou a grandes distâncias, é a prática que se desmultiplica. O cadastro imagiológico de cada um de nós, tem grande valor para eventuais diagnósticos futuros, e para a investigação clínica.



O IMPACTO DOS RAIOS X
A descoberta dos Raios X provocou um impacto extraordinário no mundo da medicina, estes permitem que um paciente seja examinado internamente sem nenhuma cirurgia.
Porém apesar de todos os convenientes os Raios X também podem ser perigosos. No princípio de toda a descoberta dos Raios X, muitos foram os médicos a ficarem expostos e a exporem os seus pacientes aos feixes por longos períodos de tempo. Consequentemente, médicos e pacientes começaram a desenvolver doenças causadas por radiação e a comunidade médica percebeu que havia algo que estava errado.

O problema é que os Raios X são uma forma de radiação ionizante. Quando a luz normal atinge um átomo, esta não muda esse átomo de forma significativa, mas quando a radiação X atinge um átomo, este pode expulsar electrões do átomo, criando assim um ião, um átomo eletricamente carregado. Dá-se então, a colisão de electrões livres com outros átomos para criar mais iões.

A carga elétrica de um ião pode gerar uma reacção química anormal dentro das células. Entre outras coisas, a carga pode quebrar as cadeias de DNA. Uma célula com uma cadeia de DNA quebrada pode morrer ou o DNA desenvolver uma mutação. Se várias células morrerem, o corpo pode desenvolver várias doenças. Se o DNA sofrer mutação a célula pode se tornar cancerígena - e este cancro pode-se espalhar pelo resto do corpo. Se a mutação ocorre em um espermatozóide ou em um óvulo, pode causar deficiências no feto. Assim, e por todos os riscos a que os pacientes são submetidos, actualmente, a utilização de Raios X por parte dos médicos é feita de uma forma moderada.

Mesmo com todos estes riscos, o raio X continua a ser uma opção mais segura que a cirurgia. As máquinas de raios X são ferramentas médicas valiosas, assim como são valiosas em segurança e em pesquisa científica, sendo uma das invenções mais úteis de todos os tempos.

O APARELHO DE RAIOS X
O coração de uma aparelho de Raios X é um par de eléctrodos , um cátodo e um ânodo, que ficam dentro de um tubo de vidro a vácuo. O cátodo é um filamento aquecido, como o que se vê numa lâmpada fluorescente. O cátodo aquece depois de haver passagem de corrente pelo filamento, havendo uma consequente expulsão de electrões da superfície do último. O ânodo, positivamente carregado, é um disco achatado feito de tungsténio, que atrai os electrões através do tubo.



Composição de um aparelho de Raios X

A diferença de voltagem entre o cátodo e o ânodo é extremamente alta e por isso, os electrões movimentam-se pelo tubo com bastante força. Quando um electrão, em alta velocidade, choca com um átomo de tungsténio, um outro electão que se encontra numa camada mais interna do átomo é libertado. Assim, um electrão que esteja numa orbital energiticamente mais elevada, ou seja, mais externo, migra para o nível de energia mais baixo (mais interno), agora desocupado pelo electrão que anteriormente havia sido expulso. Esta migração para o nível de energia mais baixo corresponde a uma libertação de energia em forma de fotão. Assim, um fotão de Raios X é a energia libertada durante um choque de electrões.



O elecrão livre colide com o átomo de tungsténio, fazendo com que um electrão de um orbital energeticamente mais baixa se liberte. Um electrão de uma orbital mais elevada preenche a posição vazia, libertando o seu excesso de energia em forma de fotão.

Electrões livres também podem gerar fotões sem atingir especialmente um átomo. Comparando este facto à rota de um cometa em redor do Sol, o electrão diminui a sua velocidade e muda de direcção à medida que passa pelo átomo. Esta acção de "freio" faz com que o electrão emita o excesso de energia na forma de um fotão de raios X.



O electrão livre é atraído para o núcleo do átomo de tungsténio. À medida que o electrão passa, o núcleo altera seu curso. O electrão perde energia, sendo esta libertada na forma de fotão de Raio-X.

As colisões de alto impacto envolvidas na produção dos raios X geram muito calor e por isso existe em todas as máquinas de Raios-X um motor que faz girar o ânodo para que este não derreta (o feixe de electrões não se encontra focalizado sempre na mesma área). Existe, também, uma camada de óleo frio em redor da ampola que absorve calor.
Todo este mecanismo é protegido por uma blindagem grossa de chumbo que evita que os raios X escapem em todas as direcções. Uma pequena abertura na blindagem permite que alguns dos fotões de raios X escapem por um pequeno feixe, sendo que este pequeno feixe passa por uma série de filtros até chegar ao paciente.
Uma câmara situada no outro lado do paciente grava o padrão de Raios X que passam através do seu corpo. A câmara de Raios X usa a mesma tecnologia de filmes que uma câmara comum, sendo que existe uma reacção química que é accionada pela luz dos Raios X em vez de luz visível.
De um modo geral, as imagens aparecem com que um negativo. Isto quer dizer que as áreas que são expostas a mais luz ficam mais escuras e as áreas expostas a menos luz aparecem mais claras. Materiais duros, como ossos, aparecem em branco e materiais mais macios como os tecidos adiposos aparecem em preto ou cinza. Os médicos podem visualizar materiais diferentes variando a intensidade do feixe de raios X.

PRODUÇÃO DE RAIOS-X
Nas suas publicações, Roentgen não especificou o tipo de equipamento que fora utilizado, mas não é difícil imaginar os possíveis componentes do seu arranjo experimental: uma bateria de corrente contínua, uma bobina de indução, um tubo de vácuo e uma bomba de vácuo. Incrementados por fantásticos desenvolvimentos tecnológicos, e recebendo diferentes denominações, estes componentes continuam em uso na moderna pesquisa científica.
Na época de Roentgen, estes equipamentos eram conhecidos pelos nomes dos seus descobridores. Assim, as principais baterias eram as de Volta (inventada em 1800) e as de Bunsen (1843). Entre as bobinas de indução, as de Ruhmkorff (1851) eram as mais famosas.



No que se refere à utilização do vácuo, a primeira experiência de que se tem notícia foi realizada pelo italiano Gasparo Berti, por volta de 1640. A partir dessas experimentações, passando pelo barómetro de Torriceli (1644) e pela primeira bomba de vácuo construída por Guericke (1650), chegamos às diversas bombas disponíveis no final do século XX, entre as quais destacam-se: a bomba de pistão-duplo de Hauksbee (1709), as bombas de mercúrio de Geissler (1855), de Toepler (1862) e de Sprengel (1873), e a bomba de óleo de Fluess (1892). Na carta enviada a Zehnder, Roentgen informa que usou uma bomba Raps, cuja descrição não se encontra na literatura pertinente.

A elaboração de tubos de vácuo para observação de descarga eléctrica teve início com os trabalhos de William Morgan, por volta de 1785, e consistência experimental com os resultados obtidos por Faraday, por volta de 1833. Todavia, foi somente depois dos desenvolvimentos das bombas de vácuo, ocorridos depois de 1850, que as pesquisas sobre descargas eléctricas em gases rarefeitos tiveram considerável impulso. Em consequência, os tubos de vácuo mais conhecidos levam os nomes dos pesquisadores dessa época. Destacam-se os tubos de: Geissler, Pluecker, Hittorf, Crookes e Lenard.






A bobina de Ruhmkorff, funcionando segundo o princípio do transformador de corrente, é capaz de produzir altas voltagens. Esta contém duas bobinas enroladas em um núcleo de ferro, e isoladas entre si. A bobina interna (primária) é feita com um fio relativamente curto (de 30 a 50 metros), enquanto a externa (secundária) é feita com um fio muito longo (centenas de quilómetros). Para o funcionamento do equipamento, usa-se uma bateria de corrente contínua (ex. bateria de Volta) para fornecer uma determinada voltagem à bobina primária. Quando a corrente é subitamente interrompida, uma voltagem maior é induzida na bobina secundária. O factor de transformação da voltagem é proporcional à razão dos comprimentos dos fios. As bobinas utilizadas no final do século XX produziam tensões de milhares de volts. A interrupção da corrente pode ser realizada, por exemplo, com o auxílio de um interruptor usado nas transmissões telegráficas de código Morse. As potências dessas bobinas, medidas pelo comprimento da centelha que estas produziam, serviam para classificar os laboratórios da época. Para se ter uma ideia da ordem de grandeza, a Royal Institution of London preserva uma grande bobina de Ruhmkorff com 280 milhas de fio na bobina secundária, e capaz de produzir centelhas com 42 polegadas de comprimento.


Parece certo que o primeiro tubo de vácuo utilizado por Roentgen foi um tubo de Lenard, mas, aparentemente, ele comprou outros tubos de raios catódicos convencionais. A diferença essencial entre um e outro tipo de tubo, é que o de Lenard possui uma janela de alumínio, projectada para permitir o estudo dos raios catódicos no seu exterior. Confeccionados em vidro, esses tubos possuíam apenas dois electrodos no seu interior. Com o uso cada vez mais frequente dos Raios X, outros tubos passaram a ser construídos. Até 1913, o mais usado era o tubo de focalização, mas logo depois passou a ter larga aceitação o tubo de Coolidge, um modelo ainda usado nos dias actuais.

A PRODUÇÃO DE RAIOS X, NOS DIAS DE HOJE...

Hoje em dia, os Raios X podem ser produzidos quando os electrões são acelerados em direcção a um alvo metálico.




O choque do feixe de electrões (que saem do cátodo com energia de dezenas de KeV) com o ânodo produz dois tipos de Raios X. Um deles constitui o espectro contínuo, e resulta da desaceleração do electão durante a penetração no ânodo. O outro tipo é o Raio X é o característico do material do ânodo. Assim, cada espectro de Raios X é a sobreposição de um espectro contínuo e de uma série de linhas espectrais características do ânodo. O espectro contínuo é simplesmente uma curva de contagens por segundo (intensidade), versus comprimento de onda do raio X. Todas as curvas têm em comum o facto de que há um comprimento de onda mínimo, abaixo do qual não se observa qualquer tipo de raio X. O curioso é que este valor não depende do material do ânodo.




Baseados no modelo de Bohr podemos entender como são criados os Raios X, e a razão pela qual o espectro obtido com o tungsténio apresenta-se apenas como espectro contínuo.



Quando o electrão proveniente do cátodo incide no ânodo, este pode vir a expulsar o electrão de orbital. A órbita de onde o electrão é expulso, depende da energia do electrão incidente e dos níveis de energia do átomo do ânodo. A lacuna deixada por este electrão será preenchida por um electrão mais externo. Neste processo, a radiação X é, então, emitida, com frequência.

BREVE NOTA HISTÓRICA DA RADIOLOGIA
Quando, em 1895, Wilhelm Konrad Roentgen fez a descoberta dos Raios X não podia prever as consequências da introdução da radiação X na Medicina. A sua primeira análise, feita com o rigor de um Físico, dizia que, sendo os coeficientes de absorção dos tecidos moles demasiado próximos, não seria possível a sua destinção pela imagem radiológica. A rapidíssima expansão registada nas experiências com os raios X, deve-se a duas circunstâncias: primeiro, existiam ampolas espalhadas por imensos laboratórios de Física e o equipamento elementar era fácil de montar; segundo, era alguma coisa de fantástico mostrar "in vivo" o interior dos seres vivos.



Os primeiros clínicos limitaram-se ao estudo dos ossos e à pesquisa de corpos estranhos. Assim, é natural que a utilização tenha tido forte expansão através da Medicina Militar. Aos primeiros ensaios de russos e ingleses, respectivamente em conflitos na China e no Médio Oriente, seguiu-se a utilização em larga escala na I Grande Guerra Mundial. Se os primeiros radiogramas foram uma arte de físicos, a Guerra veio criar a necessidade de uma aprendizagem para a obtenção da imagem. Firmava-se o conceito de que para fazer o registo de uma imagem radiológica útil, era necessário não só saber manusear o equipamento como ter noções de Anatomia. De outro modo, não se teria um correcto posicionamento da estrutura anatómica.


A necessidade de se obterem radiografias com utilidade clínica tornou imperiosa a formação de Técnicos de Radiografia. Essa necessidade tornou-se mais aguda com o início da Guerra, e a disseminação de Postos Móveis de Raios X. Tanto a organização dos Postos Móveis de Raios X, como os primeiros cursos de Técnicos de Radiologia ficaram a dever-se, em França, a Marie Curie, numa das facetas menos conhecidas da sua vida. Logo no início da utilização dos Raios X, tentou-se a introdução de contrastes nas estruturas ocas de modo a ter o seu registo radiográfico. Assim, se obtiveram belíssimas angiografias em peças de cadáveres de animais e de homens. Em animais vivos, fez-se a introdução de substâncias opacas no tubo digestivo, verificando-se consequências tóxicas, que impediam a utilização no homem. Outra circunstância que limitava a radiografia, eram os longos tempos de exposição. Aliás, são dois problemas que atravessam toda a extensão do primeiro século da imagem médica: a individualização das estruturas anatómicas e a análise dos fenómenos rápidos, tanto fisiológicos como fisiopatológicos. Estes parâmetros perseguem, ainda, toda a investigação radiológica.



Assim, a radiologia é a parte da ciência que estuda órgãos e/ou estruturas através da utilização dos Raios x, envolvendo um processo de revelação. A radiologia subdivide-se em várias especialidades como a médica (para estudos de orgãos e estruturas de humanos), a odontológica, a veterinária, a metalúrgica, a esterilização, a ambiental, a científica e a alimentícia.


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