quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Técnica ajusta ultrassom para estimular sensações associadas a calor, dor e tato Descoberta pode melhorar diagnóstico e tratamento de pessoas com neuropatia, incluindo aqueles com diabetes tipo 2.
Cientistas da Virginia Tech, nos EUA, descobriram que o ultrassom pode ser ajustado para estimular diferentes vias sensoriais. A descoberta traz implicações para o diagnóstico e tratamento da neuropatia, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. "Idealmente, os neurologistas devem ser capazes de desenvolver tratamentos adaptados às sensações específicas de seus pacientes estão sentindo. Infelizmente, mesmo com as tecnologias de hoje, é difícil estimular certos tipos de sensações sem evocar outras. A tecnologia do ultrassom nos permite ativar seletivamente subconjuntos funcionais de fibras nervosas para que possamos estudar o que acontece quando estimulamos, por exemplo, apenas as fibras periféricas e vias do sistema nervoso central que transmitem a sensação de dor rápida e aguda ou somente aquelas que transmitem a sensação de dor latejante lenta", observa o líder da pesquisa William "Jamie" Tyler. Estima-se que 20 milhões de pessoas só nos Estados Unidos sofrem de neuropatia, uma coleção de distúrbios do sistema nervoso que pode causar dor, dormência e sensações de queimação, formigamento e coceira. Uma das causas mais comuns de neuropatia é o diabetes tipo 2. Doenças autoimunes, como lúpus e síndrome de Guillain-Barré e doenças infecciosas, como o HIV e lepra também podem desencadear a neuropatia. "Neuropatia envolve ambos os nervos motores que controlam como os músculos se movimentam e nervos sensoriais que recebem sensações como calor, dor e tato. Portanto, os médicos podem utilizar, por exemplo, pequenos dispositivos de ressonância para vibrar com a pele ou lasers para aquecer a superfície da pele. Mas queríamos desenvolver um método capaz de ativar os receptores mecânicos e térmicos superficiais e profundos e, até mesmo, a combinação de ambos. Assim, utilizamos o ultrassom pulsado", afirma Tyler. A pesquisa foi publicada na revista PloS One. Na década de 1970, um grupo de cientistas soviéticos fizeram observações que o ultrassom pode estimular distintas vias neurais. No estudo atual, os pesquisadores usaram a ressonância magnética funcional (fMRI) e a eletroencefalografia (EEG) para fornecer a prova fisiológica dessas observações iniciais. Os participantes do estudo colocaram seus dedos em transdutores de ultrassom enquanto tinham sua atividade cerebral monitorada com fMRI e EEG. Os cientistas descobriram que poderiam estimular vias somatossensoriais específicas apenas ajustando as ondas de ultrassom. Tyler acredita que a descoberta tem implicações importantes para o diagnóstico da dor. "Os métodos atuais de diagnóstico e caracterização da dor às vezes parecem arcaicos. Para medir a dor por meio da estimulação mecânica, por exemplo, os médicos podem tocar a pele com monofilamentos de nylon ou com um pincel. Para o teste sensorial térmico, os pacientes precisam mergulhar as mãos em água gelada até que a dor torne-se muito grande. Esperamos fornecer aos médicos ferramentas mais precisas de diagnóstico", afirma Tyler. A equipe acredita que, ao combinar ultrassom pulsado com as tecnologias para gravar a atividade cerebral, eles podem levar o diagnóstico para um nível totalmente novo. E, segundo eles, os diagnósticos acabarão por levar a novas terapias. "Esta pesquisa é um grande exemplo de como as novas tecnologias podem ser adaptadas para o mundo real, centrada no diagnóstico e tratamento do paciente", afirmam os pesquisadores. Os pesquisadores vão agora investigar quais parâmetros de ultrassom estimulam quais tipos de fibras nervosas ou receptores. Tyler também espera estudar as pessoas com diabetes tipo 2 que ainda não desenvolveram a neuropatia, com o objetivo final de fornecer pistas para o tratamento ou até mesmo prevenção da dor associada com a doença. Fonte: Isaude.net

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